Notícia
PS e BE saem em defesa de Centeno. PSD ataca
Ministro das Finanças vai ao Parlamento esta quarta-feira no rescaldo das declarações sobre eventual segundo resgate. Passos Coelho diz que se houver novo pedido de ajuda a culpa será do Governo.
O PS e o Bloco de Esquerda saíram esta terça-feira em defesa do ministro das Finanças, um dia depois de terem sido conhecidas declarações de Mário Centeno à CNBC sobre um segundo resgate que minam a mensagem de confiança que o Governo tem tentado transmitir. O presidente socialista Carlos César defendeu não ser razoável sequer colocar a questão e aproveitou para atacar a "herança" que o Executivo de António Costa recebeu de Passos Coelho em matéria bancária.
No final do encontro com o primeiro-ministro, em São Bento, para a prepação da próxima cimeira informal da União Europeia, o presidente do PS foi peremptório: "Essa questão não tem qualquer razoabilidade em ser colocada". A reacção de Carlos César foi assim ao encontro da que António Costa teve no início do mês, quando num encontro com jornalistas estrangeiros classificou um eventual segundo resgate como "um total disparate", segundo reportou o Financial Times.
Esta segunda-feira, numa entrevista à estação de televisão norte-americana, o ministro das Finanças disse que a sua "principal tarefa" é evitar um segundo resgate e que tudo fará nesse sentido. Uma declaração menos afirmativa e que introduz um tom mais pessimista no discurso do Governo, numa altura em que a tónica dos discursos é o reforço da confiança. Centeno não voltou a falar depois disso, mas esta quarta-feira de manhã vai ao Parlamento falar com os deputados da comissão de Orçamento e Finanças falar sobre vários temas.
Além de afastar o cenário de segundo resgate, Carlos César aproveitou para atacar o Governo anterior. O também líder parlamentar do PS admitiu que "houve uma fase em que se pensou que isso poderia acontecer", mas César referia-se a um resgate financeiro parcial (só para a banca) e em resultado da "herança do sector bancário que o Governo anterior nos deixou". O socialista referia-se à resolução do Banif e à recapitalização da Caixa. Ao Negócios, César explicou que mesmo este cenário não foi estudado pelo Governo.
Já antes Catarina Martins, a líder do Bloco de Esquerda, tinha saído em defesa do ministro das Finanças. "Não há nenhum dado novo que nos diga que haja qualquer tipo de preocupação", disse, acrescentando que o cenário de um segundo resgate "faz parte de um mecanismo de chantagem permanente contra as negociações do Orçamento deste país para recuperar rendimentos".
Passos Coelho rejeitou culpas por um eventual segundo resgate e defendeu que se ele acontecer será em "consequência de um acto deliberado" e não de uma distracção ou incompetência. "Desta vez, se acontecer qualquer coisa desse tipo, só por consequência de acto deliberado. Quem passou pelo que nós já passámos não pode aceitar que haja qualquer ingenuidade, desatenção, incompetência, distração que permita que uma coisa dessas possa voltar a acontecer", disse o ex-primeiro-ministro, no encerramento das jornadas parlamentares do partido. * Com Lusa
No final do encontro com o primeiro-ministro, em São Bento, para a prepação da próxima cimeira informal da União Europeia, o presidente do PS foi peremptório: "Essa questão não tem qualquer razoabilidade em ser colocada". A reacção de Carlos César foi assim ao encontro da que António Costa teve no início do mês, quando num encontro com jornalistas estrangeiros classificou um eventual segundo resgate como "um total disparate", segundo reportou o Financial Times.
Houve uma fase em que se pensou que isso poderia acontecer, quando se soube da herança do setor bancário
que o anterior governo deixou. Carlos César Presidente do PS e líder da bancada parlamentar
que o anterior governo deixou. Carlos César Presidente do PS e líder da bancada parlamentar
Além de afastar o cenário de segundo resgate, Carlos César aproveitou para atacar o Governo anterior. O também líder parlamentar do PS admitiu que "houve uma fase em que se pensou que isso poderia acontecer", mas César referia-se a um resgate financeiro parcial (só para a banca) e em resultado da "herança do sector bancário que o Governo anterior nos deixou". O socialista referia-se à resolução do Banif e à recapitalização da Caixa. Ao Negócios, César explicou que mesmo este cenário não foi estudado pelo Governo.
Já antes Catarina Martins, a líder do Bloco de Esquerda, tinha saído em defesa do ministro das Finanças. "Não há nenhum dado novo que nos diga que haja qualquer tipo de preocupação", disse, acrescentando que o cenário de um segundo resgate "faz parte de um mecanismo de chantagem permanente contra as negociações do Orçamento deste país para recuperar rendimentos".
Passos Coelho rejeitou culpas por um eventual segundo resgate e defendeu que se ele acontecer será em "consequência de um acto deliberado" e não de uma distracção ou incompetência. "Desta vez, se acontecer qualquer coisa desse tipo, só por consequência de acto deliberado. Quem passou pelo que nós já passámos não pode aceitar que haja qualquer ingenuidade, desatenção, incompetência, distração que permita que uma coisa dessas possa voltar a acontecer", disse o ex-primeiro-ministro, no encerramento das jornadas parlamentares do partido. * Com Lusa
Se acontecer qualquer coisa desse tipo [segundo resgate], só por consequência de acto deliberado. pedro passos coelho Presidente do PSD