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300 economistas pedem a líderes mundiais fim do segredo nos paraísos fiscais

Pikkety, Deaton, Jeffrey Sachs estão entre os 300 economistas que desafiam os líderes mundiais a tomar medidas para que todas as empresas divulguem as actividades em todos os países onde operam e os países revelem os verdadeiros donos das companhias.

Reuters
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Mais de 300 economistas de 30 países escreveram uma carta aos "líderes mundiais" desafiando-os a dar passos significativos para acabar com o segredo dos paraísos fiscais durante a cimeira anticorrupção da próxima quinta-feira, em Londres.


A carta dirigida aos "queridos líderes mundiais" é assinada por economitas como Thomas Piketty, autor de "O Capital no século XXI", Angus Deaton, prémio Nobel da Economia de 2015, Jeffrey Sachs, professor da Universidade da Columbia, nos Estados Unidos e dezenas de outros académicos e professores de universidades como Oxford, a London School of Economics, Harvard ou a Sorbonne.

 

"A existência de paraísos fiscais não acrescenta nada à riqueza mundial ou bem-estar; não serve qualquer propósito económico. Enquanto estas jurisdições beneficiam indubitavelmente alguns indivíduos ricos e empresas multinacionais, esse benefício existe à custa de outros, e serve por isso para aumentar a desigualdade, "afirmam.

 

"Tal como os Panama Papers e outros escândalos recentes revelaram, o sigilo garantido pelos paraísos fiscais incentiva a corrupção e compromete a capacidade de os países captarem a sua fatia de impostos. Quando os outros países são afectados por fraude fiscal, os pequenos países são proporcionalmente os maiores perdedores, perdendo pelo menos 170 mil milhões de dólares [149 mil milhões de euros] por ano".

 

Os economistas propõem que os governos decidam novas regras globais que obriguem as empresas a divulgar todas as actividades sujeitas a impostos em todos os países onde operam, e que ao mesmo tempo todos os países sejam obrigados a divulgar informação sobre os verdadeiros donos das empresas.

 

Declarações de Jeffrey Sachs, citadas pela Oxfam, uma das entidades que coordena a carta, são mais assertivas. "Os paraísos fiscais não aconteceram por acaso. As Ilhas Virgens Britânicas não se tornaram um paraíso fiscal e de secreto pelos seus próprios esforços. Estes paraísos são uma escolha deliberada dos principais governos, especialmente o Reino Unido e os Estados Unidos, em parceria com as principais instituições financeiras, de contabilidade e de advocacia que movimentam o dinheiro".


cotacao Os paraísos fiscais (...) são uma escolha deliberada dos principais governos, especialmente do Reino Unido e dos Estados unidos, em parceria com as principais instituições financeiras, de contabilidade e de advocacia, que movimentam o dinheiro.
Jeffrey Sachs Professor na Universidade de Columbia




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