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EUA decidem enviar mais 3.000 militares para o Médio Oriente

Decisão surge após a morte de um comandante da força de elite iraniana Al-Quds num ataque aéreo ordenado por Trump.

Reuters
03 de Janeiro de 2020 às 20:25
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Os Estados Unidos anunciaram esta sexta-feira que vão enviar mais 3.000 militares para o Médio Oriente, após a morte de um comandante da força de elite iraniana Al-Quds num ataque aéreo ordenado pelo Presidente norte-americano.

Fontes do Departamento de Defesa, citados pela Associated Press sob condição de anonimato, referiram que os efetivos pertencem à 82.ª Divisão de Paraquedistas de Fort Bragg, no Estado da Carolina do Norte.


Aqueles efetivos somam-se aos cerca de 700 soldados da 82.ª Divisão que foram enviados para o Koweit no início desta semana após a invasão do complexo da embaixada dos EUA em Bagdad por milicianos apoiados pelo Irão e os seus apoiantes.


O reforço da presença militar norte-americana começou a tomar forma após o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter feito os primeiros comentários sobre a ataque ao declarar que ordenou a morte do general iraniano Qassem Soleimani porque este "planeava matar muitos americanos".

"O general Qassem Soleimani matou ou feriu gravemente milhares de americanos durante um longo período de tempo e planeava matar muitos mais… mas foi apanhado! Ele foi direta e indiretamente responsável pela morte de milhões de pessoas", escreveu Trump na sua conta da rede social Twitter. "Ele já deveria ter sido abatido há muitos anos!", concluiu Trump.


Qassem Soleimani morreu num ataque aéreo contra o carro em que seguia em Bagdad e que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos.


No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras seis pessoas.

O ataque já suscitou várias reações, tendo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas – Rússia, França, Reino Unido e China - alertado para o inevitável aumento das tensões na região e pedem as partes envolvidas que reduzam a tensão.

No Irão, o sentimento é de vingança, com o Presidente e os Guardas da Revolução a garantirem que o país e "outras nações livres da região" vão vingar-se dos Estados Unidos.

Também o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu vingar a morte do general e declarou três dias de luto nacional, enquanto o chefe da diplomacia considerou que a morte como "um ato de terrorismo internacional".

Do lado iraquiano, o primeiro-ministro iraquiano demissionário, Adel Abdel Mahdi, advertiu que este assassínio vai "desencadear uma guerra devastadora no Iraque" e o grande ayatollah Ali al-Sistani, figura principal da política iraquiana, considerou o assassínio do general iraniano Qassem Soleimani "um ataque injustificado" e "uma violação flagrante à soberania iraquiana".

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