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Irão tem na mesa 13 "cenários de vingança" aos EUA

"Mesmo que apenas o mais fraco desses [13] cenários reúna consenso, a sua implementação pode ser um pesadelo histórico para os americanos", disse chefe do conselho da segurança nacional do Irão, Ali Shamkhani.

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07 de Janeiro de 2020 às 09:35
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O Irão está a ponderar 13 "cenários de vingança" possíveis para responder à morte do general Qassem Soleimani, que estava a cargo das operações no estrangeiro, provocada pelas forças norte-americanas. 

O anúncio foi feito pelo chefe do conselho da segurança nacional do Irão, Ali Shamkhani, segundo a Bloomberg esta terça-feira, 7 de janeiro, que cita a agência de notícias semi-oficial "Fars".

"Mesmo que apenas o mais fraco desses [13] cenários reúna consenso, a sua implementação pode ser um pesadelo histórico para os americanos", terá afirmado Ali Shamkhani, esclarecendo que para já não será divulgada mais informação para os media. 

Estas declarações estão já a ter impacto nos futuros das bolsas norte-americanas que fecharam ontem em alta, recuperando das fortes perdas das últimas duas sessões que tinham sido influenciadas pelo aumento da tensão no Médio Oriente. Contudo, esta notícia poderá inverter novamente o sentimento dos investidores.

Também esta terça-feira, em Teerão, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, disse que os EUA iriam sofrer as consequências por matarem o general "no momento e no sítio que o Irão escolher".

O ministro disse ainda que começou a contagem decrescente para a saída das tropas norte-americanas do Médio Oriente, alertando que haverá uma guerra "multi-generacional" caso a região continue a contar com a presença norte-americana. Os EUA enviaram milhares de soldados para a região, nomeadamente para o Iraque, mas o parlamento iraquiano quer que se retirem

Ontem o presidente iraniano, Hassan Rouhani (na foto), também deixou um aviso no Twitter: "Jamais ameacem a nação iraniana". Hoje o parlamento iraniano declarou o Pentágono, a sede do departamento da defesa dos EUA, como terrorista. 

Líder da Guarda Revolucionária ameaça "incendiar" lugares ligados aos EUA
O líder da Guarda Revolucionária do Irão, Hossein Salami, ameaçou hoje "incendiar" lugares próximos dos Estados Unidos, provocando gritos de "Morte a Israel!" entre uma multidão de apoiantes.

Salami fez a promessa diante de milhares de pessoas reunidas numa praça central de Kerman, cidade natal do general iraniano Qassem Soleimani, morto na sexta-feira durante um ataque norte-americano a Bagdad, no Iraque.

Hossein Salami elogiou as façanhas do general Soleimani e disse que, como mártir, representava uma ameaça ainda maior aos inimigos do Irão. "Vamos vingar-nos. Vamos incendiar os locais que (os Estados Unidos) apreciam", disse o líder da Guarda Revolucionária do Irão, provocando os gritos de "Morte a Israel!" entre a multidão.

O seu discurso refletiu as exigências das principais autoridades iranianas – como do líder supremo ayatollah Ali Khamenei - e também de apoiantes por toda a República Islâmica, que exigem retaliação contra os Estados Unidos pela morte de Soleimani.

Os habitantes de Kerman afluíram hoje em massa ao centro da cidade iraniana, onde vai ser enterrado o general Qassem Soleimani. Dezenas de milhares de pessoas, vestidas de preto, empunhavam imagens de Soleimani e exigiam vingança contra os Estados Unidos, aumentando drasticamente as tensões no Médio Oriente.

Na segunda-feira, a polícia iraniana disse que milhões de pessoas se concentraram em Teerão para prestar homenagem ao general e às restantes vítimas do ataque aéreo norte-americano em Bagdade.

O enterro do comandante da força de elite iraniana Al-Quds vai realizar-se no sul do Irão, numa cerimónia que vai ser presidida pelo líder supremo iraniano, ‘ayatollah’ Ali Khamenei.

Qassem Soleimani morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular (Hachd al-Chaabi), além de outras oito pessoas.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e só terminou quando Donald Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia, França, Reino Unido, China e EUA — mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.

No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano.
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