Notícia
As reações ao assassinato de Soleimani pelos EUA
O ataque que, entre outros, vitimou o comandante iraniano Qassem Soleimani foi o acontecimento do dia, provocando inúmeras reações que o Negócios aqui sintetiza.
Multiplicam-se as reações ao assassinato do comandante dos Guardas da Revolução do Irão, Qasem Soleimani, na sequência de um ataque de um drone norte-americano ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Trump foi mesmo um dos primeiros a reagir, recorrendo ao Twitter para escrever que "o Irão nunca venceu uma guerra, mas nunca perdeu uma negociação".
O Negócios faz um resumo das principais declarações feitas sobre a iniciativa militar de Washington que ameaça desestabilizar ainda mais o Médio Oriente e que abre a porta a um conflito regional.
Irão
O líder supremo iraniano, o ayatollah Khamenei, sublinhou que "todos os inimigos devem saber que a resistência jihadista vai continuar com motivação redobrada e a vitória definitiva aguarda pelos combatentes para a guerra sagrada".
Já o presidente iraniano, Hassan Rouhani (na foto), considerou que a morte de Soleimani faz com que o Irão seja "ainda mais decisivo na resistência ao expansionismo americano e na defesa dos valores islâmicos". "Que não restem dúvidas, o Irão e outros países defensores da paz na região vão ter a sua vingança", avisou Rouhani.
China
O governo chinês, que reagiu através do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, pediu "contenção" às partes envolvidas, mas "sobretudo aos Estados Unidos", notando ser necessário "prevenir uma escalada" e assegurar que "a soberania e integridade do Iraque" são respeitadas.
Rússia
Sergei Lavrov, ministro russo dos Negócios Estrangeiros, reagiu quase de pronto às notícias do ataque aéreo junto ao aeroporto de Bagdad, ação que "vai tornar ainda mais tensa a situação no Médio Oriente".
Sendo Moscovo um tradicional aliado de Teerão, Lavrov fez questão de deixar as devidas "condolências" aos iranianos.
Iraque
Para o primeiro-ministro iraquiano, Abdul Mahdi, o ataque aéreo americano ao aeroporto da capital do Iraque representa um "ato de agressão" que violou as condições que enquadram a presença militar norte-americana em território iraquiano.
Síria
O governo liderado por Bashar al-Assad classificou de "cobardia" a iniciativa militar de Washington, cujo efeito principal será uma "grande e grave escalada" da tensão existente na região.
Joe Biden
O antigo vice-presidente dos EUA e um dos principais candidatos nas primárias democratas considerou o ataque como uma "enorme escalada" numa "já perigosa região". "O presidente Trump atirou dinamite para um barril de pólvora e deve uma explicação ao povo americano sobre a estratégia e o plano para mantar as nossas tropas e corpo diplomático [no Iraque]."
My statement on the killing of Qassem Soleimani. pic.twitter.com/4Q9tlLAYFB
— Joe Biden (@JoeBiden) January 3, 2020
Elizabeth Warren
Para a senadora e também candidata às primárias democratas, Soleimani era um assassino, "responsável pela morte de milhares [de pessoas], incluindo centenas de americanos", contudo a decisão de Donald Trump foi "imprudente" e aumenta o potencial de mortes no Médio Oriente. "A nossa prioridade tem de ser evitar outra guerra onerosa", sustentou.
Nancy Pelosi
Também a líder dos democratas na Câmara dos Representantes recorreu ao Twitter para criticar a decisão de Trump, considerando que "a América e o mundo não podem arcar com uma escalada de tensão que chegue ao ponto de não retorno".
Mike Pompeo
Depois de ter começado por declarar que os Estados Unidos não pretendem abrir nenhum conflito militar contra o Irão, o secretário de Estado norte-americano publicou um vídeo no Twitter em que diz ser visível iraquianos a dançar em agradecimento pela morte de Soleimani.
Iraqis — Iraqis — dancing in the street for freedom; thankful that General Soleimani is no more. pic.twitter.com/huFcae3ap4
— Secretary Pompeo (@SecPompeo) January 3, 2020