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Direcção-Geral do Património diz que Fundação Ricardo Espírito Santo tem de pensar em soluções e parcerias

A Fundação Ricardo Espírito Santo tem de encontrar soluções e parcerias, considera o director-geral do Património.

Bruno Simão/Negócios
13 de Dezembro de 2014 às 10:03
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A Fundação Ricardo Espírito Santo (FRESS), como entidade privada, "tem de pensar nas soluções e nas parcerias que pode constituir" para o futuro, afirmou o director-geral do Património Cultural, Nuno Vassallo e Silva.

 

Numa entrevista à agência Lusa, o responsável máximo pela Direcção-Geral do Património Cultura (DGPC), no cargo há dez meses, indicou que a principal preocupação "foi no âmbito da colecção", questionado sobre a situação de dificuldades financeiras da FRESS.

 

A DGPC anunciou, a 13 de Novembro, a abertura de um processo de classificação da coleção da FRESS, que abrange peças de mobiliário, livros, obras de artes plásticas e de artes decorativas, por considerá-la relevante para o património cultural português.

 

Sobre o ponto da situação do processo, Nuno Vassallo e Silva indicou à Lusa que os técnicos vão estudar o inventário, as peças, e seleccionar as que devem ser classificadas.

 

"Terá de ser decidido se será toda [a colecção] classificada ou só uma parte", apontou.

 

"É uma preocupação, não tanto da dispersão do conjunto, mas como um sinal da importância nacional que aquele museu significa e da figura do coleccionador", acrescentou o responsável, recordando que, em 2015, se assinalam os 60 anos da morte do coleccionador Ricardo Ribeiro Espírito Santo Silva (1900-1955).

 

No despacho da abertura do processo de classificação, é assinalado que o coleccionador se destacou, com prestígio internacional, como o maior e mais completo coleccionador de arte portuguesa do século XX.

 

"A nossa preocupação directa foi no âmbito da colecção, mas é uma preocupação nacional o futuro daquela fundação, que é privada, e tem de pensar nas soluções e nas parcerias que pode constituir", defendeu o director-geral do Património Cultural.

 

As dificuldades financeiras da FRESS resultam sobretudo do corte do apoio do seu principal mecenas, o antigo Banco Espírito Santo.

 

No final de Setembro, o conselho de curadores da FRESS emitiu um comunicado anunciando que iria procurar medidas para garantir a sustentabilidade financeira da fundação, na sequência da crise que atingiu os mecenas principais, do Grupo Espírito Santo.

 

Na altura, um grupo de vinte ex-mestres das oficinas também divulgou um comunicado, pedindo a intervenção do Governo, da Câmara Municipal de Lisboa e de mecenas.

 

Recentemente, quando foi ouvido no parlamento, o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, admitiu que a situação da FRESS era "preocupante" e adiantou que estava a tentar "encontrar caminhos" que salvaguardassem o património e o funcionamento da instituição.

 

Com a abertura do processo de classificação, a coleção fica sujeita a determinadas normas previstas na Lei do Património Cultural, que obrigam a comunicar às autoridades quaisquer situações de perigo, de alienação, de mudança de lugar dos bens ou de intervenções de restauro.

 

A FRESS foi criada em 1953, e ficou com sede no Palácio Azurara, em Lisboa, remodelado para a instalação de um museu-escola de artes decorativas portuguesas.

 

Actualmente, a FRESS detém o Museu de Artes Decorativas e mais 18 oficinas de artes e ofícios tradicionais portugueses que ensinam intervenção especializada no património, nas vertentes de conservação e restauro.

Tutela ainda duas escolas para ensino das Artes: a Escola Superior de Artes Decorativas (ESAD) e o Instituto de Artes e Ofícios (IAO).

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