O Departamento do Comércio norte-americano divulgou esta quarta-feira, 29 de Abril, que o produto interno bruto dos Estados Unidos registou um crescimento homólogo de 0,2% no primeiro trimestre, após uma expansão de 2,2% nos últimos três meses do ano.

As previsões dos economistas contactados pela agência Bloomberg apontavam para um crescimento de 1% nos primeiros três meses de 2015.

Apesar de o consumo ter crescido 1,9%, mais do que o esperado pelos economistas, a economia norte-americana foi penalizada pela queda do investimento e das exportações.

O investimento em capital fixo registou o pior desempenho desde o final de 2009, ao cair 2,5%. Já o investimento em estruturas não residenciais caiu 23,1%, a maior queda em mais de quatro anos.

"A estagnação da economia norte-americana no início do ano coloca de parte qualquer subida iminente das taxas de juro. O abrandamento parece ser temporário mas a sustentabilidade da recuperação ainda não está garantida", disse ao The Guardian o economista da Markit, Chris Williamson. "Assim sendo, a Fed deverá querer ver como será o desempenho da economia no segundo trimestre do ano antes de decidir que chegou a hora de começar a normalizar a política monetária", referiu ainda Chris Williamson.

A subida dos juros nos Estados Unidos tem sido um dos principais temas dos mercados. Desde o início do ano que os analistas antecipam que Janet Yellen vai elevar o preço do dinheiro em 2015. Esta terça-feira, 28 de Abril, dia em que teve início a reunião de dois dias da Reserva Federal, a CNBC revelou uma sondagem segundo a qual 84% dos inquiridos acreditam que a autoridade monetária vai subir a taxa de juro este ano. Mas 38% não acreditam que isso aconteça antes de Outubro.

Os dados divulgados hoje reforçam a hipótese de a subida das taxas de juro só acontecer mais perto do final do ano.     

(Notícia actualizada às 14h25)