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Fed diz que economia abrandou no Inverno e só sobe juros quando mercado laboral melhorar

Os responsáveis pela política monetária do banco central norte-americano referem que a economia dos Estados Unidos enfraqueceu, em parte devido a motivos de ordem transitória. Mas os juros não devem começar a subir em Junho. Setembro poderá ser a data mais provável.

Bloomberg
29 de Abril de 2015 às 19:44
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A Reserva Federal norte-americana sublinhou esta quarta-feira, no final da sua reunião de dois dias, que o crescimento económico do país desacelerou nos meses de Inverno, "em parte a reflectir factores transitórios".

  

"O ritmo do aumento de empregos foi moderado e a subutilização dos recursos laborais manteve-se praticamente inalterada", referiu o Comité Federal do Mercado Aberto [FOMC, na sigla original] na sua declaração após a reunião da Fed em Washington.

 

Os responsáveis da Fed disseram recentemente que deverão começar a subir as taxas de juro este ano, pela primeira vez desde 2006, uma vez que a economia se aproxima de um estado de pleno emprego. Referiram também que a decisão será tomada tendo em conta os dados macroeconómicos mais recentes que estiverem disponíveis.

 

O abrandamento da economia nos últimos meses reforçou as expectativas de que a Fed deverá, na sua reunião de Junho próximo, decidir manter os juros nos mínimos históricos (entre 0% e 0,25%).

 

Um relatório divulgado esta quarta-feira revelou que o crescimento da economia nos EUA praticamente estagnou no primeiro trimestre do ano, devido às severas condições meteorológicas e a uma diminuição dos gastos das empresas e das exportações.

 

Se bem que o impacto do rigoroso Inverno deva dissipar-se em breve, a redução das despesas de capital e a queda das exportações poderá ser um fenómeno que durará um pouco mais.

 

A economia dos Estados Unidos cresceu a um ritmo anual de 0,2% entre Janeiro e Março, depois de ter avançado 2,2% nos três meses anteriores, segundo os dados hoje divulgados pelo Departamento norte-americano do Comércio.

 

Ainda assim, a Fed, liderada por Janet Yellen, mostra-se optimista. "Apesar de o crescimento do PIB e do emprego terem desacelerado no primeiro trimestre, o comité continua a esperar que, com a adequada política acomodatícia, a actividade económica se expanda a um ritmo moderado", salientou o FOMC.

 

A Reserva Federal reiterou que subirá os juros directores quando observar uma melhoria adicional do mercado de trabalho e quando estiver "razoavelmente confiante" de que a inflação regressará, com o tempo, à sua meta de 2%. A decisão foi unânime, anunciou a Fed, citada pela Bloomberg.

 

"A inflação deverá manter-se, no curto prazo, em torno do seu recente baixo nível, mas o comité estima que esta suba gradualmente, até aos 2%, no médio prazo", acrescenta o documento.

 

Ou seja, talvez não seja ainda na reunião de Junho que a autoridade monetária norte-americana se vai decidir pela subida dos juros. Ontem, Erik Ristuben, principal estratega de investimento da Russell Investments, comentou na Bloomberg TV que está convicto de que a Fed só começará a fazê-lo a partir de Setembro.

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