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"Já se começa a ver que haverá mau resultado se não corrigir a trajectória"

Passos Coelho confrontou o primeiro-ministro com os maus resultados da economia portuguesa no primeiro trimestre. O primeiro-ministro defendeu que a economia já estava a perder gás na segunda metade de 2015.

Pedro Elias
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O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse esta sexta-feira que os resultados conhecidos esta semana para a economia portuguesa e o desemprego provam que a estratégia do Governo está errada e desafiou Costa a dizer o que vai mudar.

O líder do PSD fez mesmo as contas: se a economia subir 0,5% em cada um dos três trimestres que se seguem, o PIB só cresce 1,2%, abaixo da meta do Governo para este ano (1,8%).      

O desafio de Passos Coelho foi feito no Parlamento, esta sexta-feira, 13 de Maio, durante o debate quinzenal. O debate acontece no final de uma semana marcada por indicadores económicos que apontam para más notícias sobre a economia portuguesa, ao nível das exportações, desemprego e crescimento económico referentes ao primeiro trimestre do ano.

"Começámos a entrar numa fase em que já não fazemos previsões", disse o líder social-democrata, acrescentando que a realidade veio mostrar uma "destruição líquida de mais de 40 mil postos de trabalho", uma queda "abrupta" no investimento e o "declínio" do ritmo de crescimento.

"Como se está a ver a estratégia do Governo não é positiva", concluiu o ex-primeiro-ministro, avisando o Executivo para a necessidade de rever a estratégia e rejeitou a tese avançada antes por António Costa, que justificou o comportamento da economia no primeiro trimestre com o facto de o PIB ter começado a "perder gás" na segunda metade do ano passado.

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Segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística, no primeiro trimestre, a economia praticamente estagnou face aos últimos três meses do ano, com o PIB a subir apenas 0,1%. Se em cada um dos trimestres seguintes a economia crescer cinco vezes mais, ou seja, 0,5%, o PIB cresce 1,2% no conjunto do ano, calculou Passos Coelho. Esta previsão fica abaixo da projecção do Governo, que aponta para 1,8% e que o Governo optou por manter, mesmo depois de todas as instituições apontarem para um crescimento económico inferior.

"Agora já se começa a ver que haverá mau resultado se [o Governo] não corrigir a trajectória", antecipou Passos Coelho, avisando que desta forma as metas do défice e da dívida não serão alcançados.

Na resposta, o primeiro-ministro admitiu que a economia está a abrandar - "temos uma situação de desaceleração este trimestre", disse o primeiro-ministro -, mas acrescentou que este resultado se deveu "particularmente às exportações". O que condicionou fortemente esta evolução foram as vendas para a China e para Angola, defendeu o chefe de Governo, sustentando que a trajectória das exportações, que no primeiro trimestre recuaram 2% face ao período homólogo, deve-se a problemas externos e não de mercado interno.

António Costa disse que o Governo está a tomar as medidas adequadas para a recuperação do investimento, mas avisou que retirar o investimento da trajectória em que foi colocado pelo Governo anterior - quando "o nível de investimento regrediu para níveis da década de 80" - "exige tempo". 

Em matéria de emprego, o primeiro-ministro repetiu o argumento que já tinha usado na entrevista que deu à SIC esta semana. "O que explica o aumento da taxa de desemprego é a redução significativa, e bem, das pessoas que estão em inactividade", disse Costa.

(Notícia actualizada às 11:45)

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