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Moody’s antecipa défice de 3% este ano, acima das metas do Governo

A agência de "rating" não acredita que Portugal consiga alcançar um défice de 2,2% em 2016. A culpa é da economia, que está a crescer a um ritmo mais lento que nos restantes países da periferia.

Bruno Simão
24 de Maio de 2016 às 08:40
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A Moody’s está mais cautelosa em relação à economia portuguesa. A agência de notação financeira duvida, por isso, que o Governo consiga alcançar as metas de consolidação orçamental previstas para 2016 e antecipa um défice de 3% este ano, acima do "target" de 2,2% do Governo.


A agência de "rating" justifica estas perspectivas mais pessimistas com o facto da economia portuguesa continuar "a crescer muito mais moderadamente que os outros países da periferia". "O crescimento económico não vai dar grande apoio à consolidação orçamental planeada e à redução do elevado rácio de dívida pública", adianta a instituição numa nota divulgada aos seus clientes.


Apesar de antecipar um défice superior ao estimado pelo Executivo de António Costa, a Moody’s acredita que "o desvio deverá ser contido, dado o intenso escrutínio do progresso orçamental de Portugal pela Comissão Europeia".

A entidade, que este mês manteve o "rating" de Portugal em Ba2, com uma perspectiva "estável", sublinha que o crescimento permanece moderado depois de anos de reformas estruturais, "que não estão a mostrar resultados na forma de uma economia mais resistente e mais forte".  E, para a instituição o elevado nível de endividamento público e privado representa um constrangimento para as perspectivas de crescimento do país e para as avaliações da dívida nacional.

Com a dívida pública actualmente em 129% do PIB, a Moody’s prevê uma queda gradual deste rácio nos próximos anos, mas esta correcção estará dependente das medidas implementadas e do crescimento económico. Ainda assim, vê a dívida pública acima dos 120% do PIB no final desta década.

Do lado dos riscos, a Moody’s destaca ainda a crise no sistema bancário, que obrigou à injecção de dinheiro público em vários bancos nos últimos anos. E o Governo poderá ainda ser chamado a colocar capital  no sector, nomeadamente no banco público, a CGD.

O maio equilíbrio e a maior competitividade da economia portuguesa são o aspecto positivo realçado pela agência de notação financeira, isto depois das exportações terem vindo a aumentar nos últimos anos. Pesam agora 43% do PIB face a 32% em 2010. Um excedente que, segundo a mesma nota, deverá manter-se.

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