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Governo atira para Outubro revisão das estimativas de crescimento

A haver revisão da previsão do crescimento económico para este ano, só em Outubro. A garantia é do secretário de Estado do Tesouro, Ricardo Mourinho Félix.

Miguel Baltazar/Negócios
17 de Maio de 2016 às 19:59
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O secretário de Estado do Tesouro recusou esta terça-feira uma revisão em baixa da previsão de crescimento económico deste ano, depois do abrandamento do primeiro trimestre, mas admitiu uma reavaliação caso o ritmo do segundo trimestre se mantenha fraco.

 

Na sexta-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,1% no primeiro trimestre deste ano face ao anterior e avançou 0,8% em termos homólogos, o que significa que o crescimento económico abrandou nos primeiros três meses de 2016.

 

"Só com dados do primeiro trimestre não me parece que faça muito sentido estar a rever previsões. Faz sentido, sim, acompanhar os dados de conjuntura e tentar perceber se esta informação do primeiro trimestre continua no segundo ou não e, na altura do Orçamento [para 2017] voltar a olhar então para o cenário macroeconómico e reavaliá-lo nessa altura", afirmou Ricardo Mourinho Félix.

 

O secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e das Finanças falava aos jornalistas à margem da apresentação dos resultados da oferta pública de subscrição de Obrigações do Tesouro com Rendimento Variável (OTRV), que decorreu hoje em Lisboa.

 

"Eu acho que também não é correto pegar em dados do primeiro trimestre e tirar daí tendências, extrapolar tendências. Eu acredito que a economia vai acelerar, mas que é necessário que haja aqui um conjunto de medidas, nomeadamente reformas estruturais, que façam aumentar o ritmo de crescimento da economia. A economia está com um crescimento relativamente moderado, mas tem potencial para acelerar", afirmou.

 

Para o governante, fazer revisões com base num trimestre "leva muitas vezes a previsões muito erráticas", o que considerou não ser útil porque "o objectivo de uma previsão é indicar a quem participa dos mercados qual é a tendência da economia". "Ora, se estivermos sistematicamente a rever o que achamos que é a tendência, deixamos de ter uma tendência e passamos a ter algo de errático", concluiu.

 

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