Opinião
O estado da notícia
No rescaldo do futebol, a política discute hoje, em assembleia anual, o estado da nação. Estamos mal, já se sabe. Mas o administrador delegado não deixará de relevar as boas notícias. A começar pelas mais frescas.
O Governo estabeleceu um acordo de princípio com as confederações patronais e a UGT sobre a reforma da Segurança Social. Perseguindo uma lógica de existência, a CGTP não entra no jogo.
É uma boa notícia. No Ecofin de ontem foi conhecido o relatório da Comissão Europeia em que se admite que Portugal cumpre a meta do défice orçamental estipulada em 4,6% do PIB.
O relatório alerta para uma eventual exigência de medidas extraordinárias face a uma persistente derrapagem orçamental. Não deixa de ser uma boa notícia, quando as anteriores previsões da Comissão apontavam para um défice de 5% em 2005. Entretanto, há outras contas, as das câmaras. E que contas!
É também fresca a informação de que a dívida dos municípios atingiu 5,5 mil milhões de euros em 2004, o que equivale a 3,9% do PIB. É a má notícia. Que dá razão a quem pensa – normalmente em surdina – que sem se mexer no reduto autárquico jamais se atacará o problema estrutural das finanças públicas. A nova lei de financiamento das autarquias é um primeiro passo.
Não se sabe se Sócrates (o administrador-delegado) o considera insuficiente. Será que vamos ter hoje uma notícia?
P.S. A morte anunciada da Opel/Azambuja foi ontem oficializada. Confirma-se a notícia.