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Miguel Coutinho 20 de Janeiro de 2006 às 13:59

As coisas mudam

Tudo indica que Cavaco Silva será recompensado no próximo domingo pela capacidade de interpretar um guião que o definiu como um candidato sóbrio e contido.

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A construção do personagem encontrou eco na personalidade do candidato presidencial e por isso desgastou adversários e suscitou adesões. Essa fidelidade a um registo – evitando todo o confronto, ignorando qualquer provocação –, por muito genuína que seja, assumirá, em caso de vitória, novos cambiantes. A conquista do poder presidencial alterará, naturalmente, as circunstâncias de Cavaco Silva, as tonalidades do seu discurso e o exercício da sua autoridade. Com a perspectiva da chegada de Cavaco a Belém, José Sócrates será, também, confrontado, pela primeira vez, com mudanças no seu ciclo político. Não é o dramatismo da bomba atómica da dissolução parlamentar que condicionará o Governo ou o espaço de manobra do primeiro-ministro. Mas ninguém acredita que Cavaco Silva abra mão da prerrogativa corrente de veto presidencial e, sobretudo, de uma cultura de exigência que levará José Sócrates a aceitar como inevitáveis alguns pactos de regime. Com Cavaco Silva, a vida de José Sócrates vai mudar. O futuro dirá se para melhor.
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