Opinião
Quem disse que governar é fácil?
O país que andava anestesiado com os monocórdicos debates presidenciais e abananado com o anúncio das grandes empreitadas da Ota e do TGV acordou sobressaltado com o regresso à mais dura das realidades: aumentos de 1,5%, nem mais uma décima!, para a funçã
Abaixo, portanto, da inflação prevista. É o que se chama acabar o ano em tristeza. Talvez por a mensagem governamental de austeridade ser intermitente – não apenas neste ciclo político, mas em todos –, boa parte do país continua a viver numa doce ilusão. Ninguém duvida que as centrais sindicais fazem o seu papel, reivindicando aumentos salariais entre 3,5 e 5,5%. Ou que Francisco Louçã faz o que se espera dele quando afirma que o aumento proposto é uma «erro inaceitável». O ministro das Finanças tem, porém, exposto com clareza o estado das finanças públicas – e quem quiser perceber, percebe. Pelo andar da carruagem, com aumentos de 1,5%, o Governo deve preparar-se para um inevitável aumento da conflitualidade social e para uma compreensível falta de motivação dos funcionários num contexto de reforma da administração pública. Quem disse que governar é fácil?
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