Opinião
O problema
A regra em Portugal é ‘sui generis’: os problemas não se resolvem, adiam-se. O país vai alegremente sobrevivendo-lhes e eles tornam-se crónicos, até fazerem parte da mobília, ganhando o estatuto de normais anomalias.
O país está tão dependente de um bom problema que quando ele não existe desgraçadamente inventa-o. Ouve-se o ex-coordenador do Plano Tecnológico dizer que o Massachusetts Institute of Technology (MIT) só não está em Portugal por causa do capricho de um ministro e não se acredita. O problema parece óbvio: há um governante tão grávido da sua importância que faz depender das suas inclinações e dos seus humores a vinda para Portugal de um pólo de investigação e inovação que é uma referência em todo o mundo. Num país normal a instalação de um centro do MIT seria uma óbvia prioridade que congregaria vontades e entusiasmos. Em Portugal é um berbicacho. O extraordinário é que há quem veja o problema no funcionário público que fala demais e confronta o poder político. E que entenda que o tal ministro pode ser ministro e fazer parte da solução. É esse o problema.
Mais artigos do Autor
As coisas mudam
20.01.2006
O problema
19.01.2006
O candidato do Governo
18.01.2006
O que fez ele para merecer isto?
12.01.2006
Quem disse que governar é fácil?
29.12.2005