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Resultados na Alemanha geram "otimismo moderado" mas há "motivos de preocupação"

Os resultados das eleições na Alemanha deram ânimo ao DAX esta segunda-feira mas, na opinião de Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europa, os mercados reagiram com "otimismo moderado" uma vez que o desfecho "esteve em linha com as expectativas".

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A vitória dos conservadores da CDU nas eleições alemãs levou o DAX a negociar esta manhã em torno de valores recorde. As reações dos mercados aos resultados mostram algum otimismo, mas Friedrich Merz tem muito trabalho pela frente como novo chanceler, desde logo com a formação de um governo que terá de ser de coligação. Para Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europa, os mercados financeiros receberam os resultados com um "otimismo moderado".

"O desfecho esteve em linha com as expectativas, com o que tinha sido anunciado pelas sondagens, ou seja, sem surpresas, e isto por si só já é um sinal positivo para os investidores que valorizam muito a previsibilidade. Outro fator encorajador é a composição final do Parlamento Alemão que permite às duas forças centristas, a CDU e o SPD, formar uma coligação maioritária, evitando uma negociação tripartida, que tenderia a ser mais complexa e demorada", começa por dizer em entrevista ao Negócios no NOW.


No entanto, sublinha, o "otimismo é moderado porque também há motivos para alguma preocupação. A subida do teto de dívida alemã, passo comercial para financiar o reforço do investimento em defesa e em infraestruturas, exige uma maioria de dois terços do Parlamento e isso significa que será necessário negociar o apoio do partido de extrema-direita ou do partido de extrema-esquerda, sendo que ambos já mostraram estar em desacordo com tais medidas. Portanto, antecipa-se um processo de negociação desafiante mas, no geral, diria que os investidores reagiram aos resultados eleitorais de forma positiva, com algum alívio e até um ligeiro otimismo".

Para o CEO da ActivTrades, o sentimento positivo também fica "de alguma forma limitado pelas dúvidas que se avizinham no futuro, já de mais médio prazo, que será então a negociação para subir o teto da dívida alemã, que será fundamental para aumentar os gastos públicos".

Questionado sobre os principais desafios da economia alemã, Ricardo Evangelista identifica a indústria automóvel que "está a enfrentar uma concorrência muito séria de veículos, sobretudo os elétricos, que vêm da China". Por outro lado, acrescenta, "o protecionismo que se instala cada vez mais a uma escala global, com a agenda da nova administração Trump de impor tarifas, etc., também é muito negativo e cria uma perspetiva negativa para a economia alemã".

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