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Mais de 15.700 já assinaram Manifesto 74 para reestruturação da dívida (act.)

A petição que visa a reestruturação da divida pública portuguesa, colocada 'online', ultrapassou este domingo as 15.700 assinaturas, podendo assim descer ao plenário da Assembleia da República.

Miguel Baltazar
30 de Março de 2014 às 19:11
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A petição foi disponibilizada pelo movimento Manifesto 74, que reúne personalidades de todos os quadrantes da sociedade portuguesa, e necessitava de um mínimo de 4.000 assinaturas para ir a discussão no parlamento. Às 23h40 deste domingo tinha 15.718 signatários e o número continuava a subir minuto a minuto.

 

A petição visa que os deputados aprovem "uma resolução recomendando ao Governo o desenvolvimento de um processo preparatório tendente à reestruturação honrada e responsável da dívida", como se salienta na página oficial do Manifesto 74.

 

"O abaixamento significativo da taxa média de juro do 'stock' da dívida, a extensão de maturidades da dívida para 40 ou mais anos e a reestruturação, pelo menos, de dívida acima dos 60% do Produto Interno Bruto (PIB), tendo na base a dívida oficial", são as condições preconizadas pelos signatários.

 

A iniciativa do Manifesto 74 visa ainda que a Assembleia da República desencadeie "um processo parlamentar de audição pública de personalidades relevantes" sobre a reestruturação da dívida de Portugal, contraída no âmbito do programa de reajustamento.

 

O constitucionalista Jorge Miranda, um dos subscritores da petição à Assembleia da República, realçou hoje a necessidade de aprofundar o debate na sociedade, porque, salientou, "o problema vai-se agravando".

 

Jorge Miranda disse que "o sentido essencial da petição" é o de "tornar patente perante a Assembleia da República, perante o órgão representativo dos cidadãos, o órgão por excelência do mundo democrático, toda a problemática que está à volta da dívida e a necessidade de reponderar o problema, o que não tem sido feito até agora".

 

"À medida que o tempo vai passando e que os juros da dívida vão sendo pagos, não nos conseguimos libertar da dívida e o problema vai-se agravando", considerou o constitucionalista.

 

Além de Jorge Miranda, assinaram a petição Alfredo José de Sousa (ex-provedor da Justiça), Lídia Jorge (escritora), Pinto Ramalho (ex-chefe do Estado Maior do Exército), Melo Gomes (ex-chefe do Estado Maior da Armada), Januário Torgal (ex-bispo das Forças Armadas), Seixas da Costa (ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus), Eugénio da Fonseca (presidente da Cáritas Portuguesa), Pacheco Pereira (professor universitário) e Ana Gomes (eurodeputada), entre outros.

 

O Manifesto 74, intitulado "Reestruturar a dívida insustentável e promover o crescimento, recusando a austeridade", foi igualmente subscrito por 74 economistas estrangeiros. Dois dos subscritores, Sevinate Pinto e Vítor Martins, consultores do Presidente da República, foram exonerados por Cavaco Silva.

 

(notícia actualizada às 23h43)

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