O fundo soberano da Noruega era, antes da crise de dívida soberana, um dos grandes investidores em obrigações do Estado português. No entanto, com o programa de resgate e com os sucessivos cortes de "rating" para "lixo", reduziria as posições em títulos do Estado para quase zero. E a entidade, que tem 778 mil milhões de euros sob gestão, continua a dar algunssinais de relutância no investimento em obrigações do Tesouro.

No final de 2015, o valor dos títulos de dívida soberana detidos não iam além de 107 milhões de euros. Apesar de ter duplicado em relação em 2014, está bastante abaixo do verificado antes de 2011. Em 2007, por exemplo, altura em que os "ratings" de Portugal ainda estavam acima de "lixo".

Apesar de Portugal ter conseguido recuperar a confiança dos investidores, conseguindo financiar-se de forma regular nos mercados, o facto das três maiores agências de "rating" classificarem a dívida nacional como "lixo" pode impedir um maior investimento de entidades mais conservadoras.

No entanto, mesmo com a relutância na entrada em obrigações do Tesouro, o fundo continua com exposição a dívida de entidades públicas como a Refer, a Parpública e a CP.

Exposição à banca e corte no Novo Banco

O fundo norueguês continua também a investir em obrigações de bancos, incluindo a Caixa Geral de Depósitos. Tinha, no final de 2015, uma posição de 85,9 milhões de euros em dívida do banco público.

Além da Caixa, o veículo de investimento que tem como objectivo rentabilizar as receitas petrolíferas da Noruega, tem ainda posições em obrigações do BCP e do Santander Totta, mas de valor muito reduzido, tendo em conta a dimensão do fundo. No banco liderado por Vieira Monteiro, as aplicações estão avaliadas em 25 milhões de euros. Já no BCP, detém obrigações no valor de dois milhões de euros.

Em 2014, o fundo soberano também detinha dívida do Novo Banco, mas aproveito 2015 para se desfazer dos títulos do banco liderado por Stock da Cunha.