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AIE: Excesso de petróleo deverá manter-se até ao final de 2016

Com o fim dos limites de produção da OPEP, o mercado deverá continuar fortemente excedentário no próximo ano. Até porque os baixos preços vão afectar a produção de outros países. Mas a procura também deverá diminuir.

Bloomberg
11 de Dezembro de 2015 às 09:48
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A Agência Internacional de Energia (AIE) acredita que o mercado petrolífero internacional irá continuar com elevados excedentes até ao final de 2016. Esta perspectiva é justificada pelo esperado abrandamento da procura, combinado com a maior oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

"À medida que os inventários continuarem a aumentar em 2016, continuará a haver muito petróleo a pesar no mercado", defende a AIE. No relatório mensal publicado esta sexta-feira, 11 de Dezembro, citado pela Bloomberg, a instituição aponta o dedo à OPEP que, a 4 de Dezembro, decidiu quebrar os limites máximos à produção diária pelos seus Estados-membros.

Este anúncio "parece sinalizar a renovada determinação em maximizar a oferta barata da OPEP e afastar do mercado a oferta cara de países que não pertencem à OPEP, independentemente do preço". A decisão da organização tem pressionado a cotação do petróleo, com o Brent, negociado a Londres, a atingir esta sexta-feira o valor mais baixo desde Fevereiro de 2009: 39,38 dólares por barril.

Mas a AIE destaca que mais importante será o regresso do Irão ao mercado. É que o fim das sanções internacionais permitirá ao país voltar a exportar petróleo, o que deverá aumentar os inventários em 2016 nuns "impressionantes" 300 milhões de barris.

Ainda assim, a agência aponta que a acumulação de excedentes deverá abrandar no próximo ano para cerca de metade do ritmo observado em 2015. Isto porque as fortes quebras do preço da matéria-prima deverão penalizar parte da produção de países fora da OPEP, levando à sua diminuição. E a procura - apesar de estar prevista uma queda de 1,8 milhões para 1,2 milhões de barris por dia - continuará a ser forte o suficiente para absorver parte do petróleo.

Mas há mesmo "sinais de que a estratégia liderada pela Arábia Saudita está a resultar", considera a AIE, já que "o petróleo abaixo de 50 dólares está a afastar a produção de países fora da OPEP". A agência acredita mesmo que irá contrair em 600 mil barris diários no próximo ano, o que contrasta com o aumento de 2,4 milhões em 2014.

A cotação do petróleo está a recuar esta sexta-feira nos mercados internacionais. O Brent, negociado em Londres, perde 0,33% para 39,60 dólares por barril, ao passo que o West Texas Intermediate, em Nova Iorque, desvaloriza 0,27% para 36,66 dólares.
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