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Apenas 0,1% da produção de petróleo foi cortada por não ser lucrativa

Os produtores de petróleo estão dispostos a perder dinheiro na esperança de que os preços recuperem e para impedir custos com o desmantelamento das operações, segundo um estudo da consultora Wood Mackenzie.

Bloomberg
05 de Fevereiro de 2016 às 11:53
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A estratégia de alguns países produtores de petróleo e de empresas do sector de esperar que a queda dos preços do petróleo cause baixas em concorrentes aparenta, para já, não estar a dar grandes resultados. A produção global que foi cortada por não ser lucrativa foi de apenas 0,1%, segundo um estudo da consultora Wood Mackenzie, citado pela Bloomberg. Isto apesar da queda de quase 40% dos preços nos últimos meses, com o valor do barril de Brent a baixar de 56,57 para 34,40 dólares, nesse período.

Apesar do corte ligeiro da produção, isso não implica que não haja produtores a perder dinheiro. No último trimestre de 2015, foram produzidos 96,9 milhões de barris por dia, segundo dados da Agência Internacional de Energia, citados pela Bloomberg. Mas a Wood Mackenzie estima que 3,4 milhões dos barris produzidos diariamente dêem prejuízo aos preços actuais do petróleo. Mas para produtores como a Rússia e o Brasil, a descida das suas divisas até permitiu baixar os seus custos de produção.

Ainda assim, a consultora revela que esse factor não implica necessariamente mais cortes de produção. "Muitos produtores continuarão a assumir a perda na esperança de uma recuperação dos preços", refere o relatório. Além disso, para alguns produtores parar com as operações poderia sair mais caro do que manter a exploração. "Há barreiras para a saída", observa a consultora. E exemplifica com os custos que as petrolíferas teriam de assumir para desmantelar as plataformas "offshore" ou para cancelar projectos já em curso nas areias betuminosas do Canadá.

Mesmo que os produtores aguentem os preços baixos, a perspectiva é que a manterem-se esses níveis haja cortes em novos investimentos, o que implicaria uma redução da produção. No entanto, a Wood Mackenzie acredita que a produção continuará a resistir. "Perder dinheiro significa apenas que os custos de produção são mais altos que o preço recebido. Isso não implica necessariamente que a produção seja suspensa", conclui a consultora. 

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