A BP registou um prejuízo de 6,5 mil milhões de dólares em 2015, o pior resultado da empresa em pelo menos 30 anos, indica a Bloomberg. A petrolífera justificou os resultados com o colapso da queda do petróleo e anunciou medidas para este ano, entre as quais o corte de 7.000 postos de trabalho. As acções estão a cair 9%, após a apresentação dos resultados.

A petrolífera registou uma queda de 90% dos lucros no quarto trimestre, indicou a empresa, esta terça-feira, 2 de Fevereiro. Assim, no ano de 2015, a BP passou de lucros para prejuízos. Registou uma perda de 6,48 mil milhões de dólares. Este é o maior prejuízo da BP em pelo menos 30 anos, nota a Bloomberg. Um valor que duplica as perdas de 3,72 mil milhões de dólares, em 2010, em que o derrame no Golfo do México afundou as contas da petrolífera, nota a Bloomberg.

Após a apresentação dos resultados, as acções da petrolífera estão a afundar 8,99% para 333,95 pences, na bolsa de Londres. Já recuaram um máximo de 9,07% para 333,65 pences, durante a sessão, a maior queda desde Agosto. A BP lidera as perdas no índice das petrolíferas europeias, que segue a cair 4,39%.

Corte de 7.000 postos de trabalho

Face aos resultados, a BP anunciou um novo corte no investimento e a intenção de cortar 7.000 postos de trabalho nos próximos dois anos, tanto na actividade de exploração de petróleo como na refinação. A petrolífera já reduziu as despesas em milhares de milhões de dólares, adiou projectos e cortou centenas de postos de trabalho, mas ainda assim regista um fluxo de caixa negativo, nota a Bloomberg. Até 2017, planeia gastar entre 17 a 19 mil milhões de dólares por ano, indicou o presidente executivo.

Os resultados, em declínio há seis trimestres consecutivos, face ao período homólogo, acompanham a queda dos preços do petróleo, que afundaram 35% em 2015, para a casa dos 30 dólares. "A menos que pareça que vai cair para os 20 dólares, creio que estamos em boa forma" para manter os dividendos disse o presidente executivo, Bob Dudley, citado pela Bloomberg. A empresa está a apontar para um preço de 60 dólares por barril, para conseguir equilibrar as contas.

"O pagamento do dividendo está provavelmente assegurado este ano, mas se o petróleo se mantiver próximo dos 30 dólares então terão que cortar ainda mais as despesas de capital", diz Ahmed Ben Salem, analista na Oddo, à agência noticiosa. O Brent, negociado em Londres, está esta terça-feira, a transaccionar nos 33,06 dólares por barril, ao cair 3,45% face ao preço de fecho da sessão anterior. O West Texas Intermediate (WTI) também recua 2,62% para 30,78 dólares.