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Juros da dívida portuguesa e dos periféricos em alta, Alemanha em mínimos históricos

Aversão ao risco dos investidores provoca êxodo dos periféricos rumo à Alemanha. Taxa de juro a 10 anos da Grécia já subiu mais de 200 pontos base desde o início da semana.

Portugal, Espanha e Itália recordados na manifestação de Atenas
16 de Outubro de 2014 às 13:05
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Continua o êxodo dos investidores da periferia rumo ao coração da Europa. Os juros da dívida de longo prazo dos países periféricos estão em alta, enquanto a Alemanha regista mínimos históricos. Este movimento demonstra que os investidores estão a fugir do risco e a procurar refúgios seguros como a dívida soberana alemã e o ouro.

 

As incertezas em relação à Grécia são uma das razões para esta aversão ao risco. Atenas pode realizar eleições antecipadas no início do próximo ano, e o Syriza de Alexis Tsipras segue a liderar as sondagens. O plano helénico para sair do resgate internacional mais cedo também foi recebido com pouco entusiasmo pelos parceiros europeus esta semana.

 

O arrefecimento económico da Zona Euro, conforme demonstrado pelas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) também estão a contribuir para este clima de incerteza. Além disto, os mercados receiam que tenham acabado as munições para os bancos centrais nos Estados Unidos e na Europa estimularem a economia.

 

Os juros portugueses estão em alta, com a taxa a dez anos a subir 44,8 pontos base para os 3,734%. Um dia depois da apresentação do Orçamento do Estado para o próximo ano, o Credit Suisse veio alertar que Portugal enfrenta riscos "idiossincráticos", devido à postura orçamental do Governo e à possibilidade do PS vencer as eleições em 2015.

 

Numa nota de análise divulgada pela Bloomberg, a casa de análise do banco suíço aponta que a oposição pode vir a fazer uma reestruturação da dívida de longo prazo de Portugal.

 

Olhando para os restantes periféricos, as taxas de juro também estão a subir: Espanha, mais 17,8 pontos base para 2,294% e Itália, mais 20,9% pb para 2,631%. Nem França escapa às subidas: mais 8,8 pontos base para 1,220%.

 

Na Grécia, os juros continuam a escalar e já subiram 233 pontos base desde o início da semana. A taxa a 10 anos sobe 108,9 pontos base para os 8,943%, a quarta sessão consecutiva em alta. "A venda das obrigações gregas sinaliza que a Grécia perdeu acesso ao mercado", disse à Bloomberg Thanassis Drogossis, analista da Pantelakis Securities. "Os investidores receiam que uma saída precoce do resgate pode tornar insustentáveis as melhorias orçamentais".

 

Já na Alemanha, o bund segue em sentido contrário dos periféricos, está em queda e continua em mínimos históricos: desce 1,3 pontos base para 0,742%. Berlim reviu em baixa esta semana as suas previsões de crescimento para este ano e o próximo: 1,2% em vez de 1,8% em 2014, e 1,3% em vez de 2% em 2015.

 

O valor do ouro continua em recuperação. Depois de atingir o mínimo anual no início de Outubro, o preço da onça está em recuperação e subiu 3,97% desde então para os 1239,76 dólares actuais. O metal precioso atingiu o seu máximo anual em Março, tendo desvalorizado 10,43% até ao momento.

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