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Instabilidade política leva juros da Grécia a 10 anos para próximo dos 9%

A instabilidade política na Grécia está a provocar um crescimento nos juros da dívida pública da Grécia no mercado secundário. A dez anos, a maturidade de referência, as "yields" estão próximas dos 9%.

Bloomberg
16 de Outubro de 2014 às 11:54
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Os juros da dívida pública grega, no mercado secundário, estão a subir em todos os prazos. A instabilidade política gerada pela resposta negativa dos parceiros europeus a um fim antecipado do programa de assistência financeira aumentou o risco de uma crise política interna, com consequências que estão a assustar os investidores internacionais.

 

A cinco anos, as "yields" da dívida helénica, de acordo com as taxas genéricas da Bloomberg, avançam 143 pontos base para 7,178%. E a dez anos, considerado o prazo de referência, os juros exigidos pelos investidores para trocarem dívida entre si somam 96,8 pontos base para 8,822%.

 

Na reunião do Eurogrupo na segunda-feira, 13 de Outubro, os ministros das Finanças mostraram-se relutantes em aprovar a saída antecipada da Grécia do programa de resgate, como pretendido por Atenas. Os parceiros europeus mostraram-se preocupados com a capacidade de Atenas se financiar sozinha sem o apoio de um programa internacional, o que está agora a afectar os mercados. O país tem previstas novas emissões de 18 meses e sete anos até ao final de 2014.

 

O país vai ter em breve eleições presidenciais (o Presidente da República é eleito pelos deputados). Mas o facto de os partidos do Governo, o Nova Democracia e o Pasok, não terem deputados suficientes para assegurar a eleição de um Chefe de Estado, a eleição de um presidente menos favorável ao Governo de Antonis Samaras é possível.

 

Isto pode provocar a derrocada do Executivo e a convocação de eleições antecipadas para o primeiro trimestre do próximo ano - um cenário afastado ontem pelo primeiro-ministro grego. As sondagens mais recentes colocam o Syriza de Alexis Tsipras na liderança com 26,7% votos e a Nova Democracia em segundo com 20,2% das intenções de voto.

 

Esta quarta-feira à noite, após a bolsa de Atenas ter perdido mais de 6% e os juros da dívida a 10 anos terem atingido os 7,8%, o Governo de Antonis Samaras esteve reunido. No final do encontro o primeiro-ministro garantiu que o seu Executivo "não vai permitir qualquer desvio à estabilidade política e aos ajustamentos e reformas da economia".

 

"Restaurámos a credibilidade do país com muito esforço. Agora que este esforço está a dar frutos não vamos permitir que algo ou alguém o estrague", disse o governante segundo um comunicado entregue aos meios de comunicação social no final do encontro e citado pelo jornal grego "Kathimerini".

 

Fuga dos investidores dos activos de risco

 

O Negócios, esta quinta-feira, 16 de Outubro, escreve que há analistas que consideram que os riscos políticos estão a provocar uma fuga dos investidores dos activos de risco. "Os riscos geopolíticos (a Rússia, a Síria e também o ébola) associados a maus indicadores económicos estão a ditar uma fuga dos activos risco, o que está a penalizar os mercados de dívida dos países da periferia da Zona Euro", diz Christian Schulz, economista da Berenberg.

 

Mas a "Grécia também tem os seus problemas", nota, lembrando a possibilidade de o país avançar para eleições legislativas antecipadas "em que a esquerda radical pode sair vencedora com consequências para os detentores das obrigações e para a economia".

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