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Itália paga para emitir dívida de curto prazo pela primeira vez desde 2015

A incerteza política que se vive em Itália está a ter fortes reflexos nos mercados e o Tesouro italiano foi forçado a pagar para colocar esta terça-feira uma emissão de bilhetes do Tesouro a seis meses, algo que não sucedia desde 2015.

29 de Maio de 2018 às 13:50
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O Tesouro italiano realizou uma emissão de 5.500 milhões de euros em bilhetes do Tesouro a seis meses oferecendo uma taxa de juro média de 1,213%. Esta é a primeira vez, desde Setembro de 2015, que uma colocação deste tipo não apresenta taxas de juro negativas.

A incerteza política que o país atravessa está a assustar os investidores e a procura na emissão de hoje foi 1,19 vezes superior à oferta, valor que compara com uma procura de 1,65 vezes na última emissão de dívida a seis meses, realizada em Abril, que ofereceu uma taxa de juro negativa de 0,421%. Na altura foram colocados seis mil milhões de euros a seis meses.

A taxa de juro oferecida na emissão de hoje é também a mais elevada desde Outubro de 2012.

Nos mercados secundários da dívida, os juros para a dívida italiana a dez anos atingiram os 3,388%, uma forte subida face aos 2,682% da véspera e o nível mais elevado desde Março de 2014. Os yields da dívida de prazos mais curtos dispararam 150 pontos base, para máximos desde finais de 2013, na maior subida num só dia registada nos últimos 26 anos.

Desde o início do ano, os juros da dívida de Itália a dez anos subiu 140 pontos base. No final de 2017, as taxas de juro situavam-se em 1,998%.

Com esta colocação de dívida a seis meses, a crise não está restringida apenas no mercado secundário e já provocou um aumento nos custos de financiamento do Tesouro italiano.

Evolução da yield das obrigações italianas a dois anos:

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