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Medo de Itália sair do euro é "exagerado", diz CEO do maior banco italiano

O CEO do UniCredit considera que é o medo e não os fundamentais que justifica a queda acentuada na bolsa e nos juros da dívida do país. "Itália não vai sair do euro", garante.

4º Jean-Pierre Mustier, UniCredit
Remo Casilli
29 de Maio de 2018 às 15:36
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Jean Pierre Mustier, CEO do Unicredit, tentou hoje colocar água na fervura sobre os receios que estão a provocar uma forte turbulência nos mercados europeus devido à crise em Itália.

 

"Os fundamentais em Itália são muito bons, a economia está bem, as empresas estão positivas e os consumidores estão positivos", afirmou à Bloomberg o líder daquele que é o maior banco de Itália e tem em carteira cerca de 42 mil milhões de euros ed dívida de curto prazo do país com uma maturidade inferior a três anos.

 

A crise em Itália está a fazer lembrar os tempos da crise do euro, em 2012, já que os juros das obrigações soberanas de Itália estão a disparar mais de 100 pontos base nas maturidades mais curtas, numa subida que de acordo com a Reuters é a mais forte em 26 anos.  

 

Os investidores temem que o novo governo em Itália seja incapaz de apresentar um programa que seja aceite pelo Parlamento. Tal levará à realização de novas eleições depois de Agosto, sendo que as sondagens apontam para o reforço dos votos no bloco anti-sistema, partidos populistas que podem deixar o país mais perto de sair do euro.

 

"Não temos qualquer plano de emergência ou de contingência para a situação actual. Temos um nível de liquidez extremamente elevado, tal como qualquer outro banco italiano", referiu.

Mustier afirmou que é o medo com a potencial saída de Itália do euro que está a provocar a turbulência nos mercados, mas esse receio é exagerado.

 

"É claro que há uma incerteza política, mas penso que o medo de a saída de Itália sair do euro é exagerado. Devemos regressar à realidade. Itália não vai sair da Zona Euro e temos que olhar para os bons fundamentais do país", afirmou.

 

Mustier rejeitou comparar a actual situação com a de 2011, quando o juro das obrigações soberanas de Itália a 10 anos chegou aos 7%. Hoje superaram os 3% na mesma maturidade. "Para os bancos a situação não tem nada a ver com a da crise de 2011: os balanços estão a melhorar, o crédito malparado está a recuar. Todos os clientes empresariais com quem falei dizem-me que tiveram o melhor trimestre dos últimos 11".

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