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Juros italianos superam os 3%. Yields disparam mais de 100 pontos a cinco anos

Os juros italianos estão a disparar em todos os prazos. Nas maturidades mais curtas - entre dois e cinco anos - a subida dos juros é superior a 100 pontos base. A taxa de juro a 10 anos está em máximos de 2014, superando os 3%. Um patamar que também já foi ultrapassado pelos juros a cinco anos.

reuters
29 de Maio de 2018 às 09:43
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A crise em Itália está a causar estragos significativos aos juros do país no mercado secundário da dívida. A taxa de juro associada à dívida a dez anos de Itália superou a barreira dos 3%: está a aumentar 45,3 pontos base para os 3,136%, tendo já tocado nos 3,439%, um máximo quatro anos.

Em causa está o novo governo provisório que até poderá agradar aos investidores no curto prazo, mas aumenta a preocupação a médio prazo uma vez que os partidos anti-europeístas deverão reforçar a sua posição nas próximas eleições. E a especulação em torno de uma eventual saída de Itália da Zona Euro está a disparar. O que justifica este comportamento dos investidores. 

Nos prazos mais curtos as subidas são ainda mais significativas. Os juros a dois anos estão a subir mais de um ponto percentual: aumentam 127,4 pontos base para 2,182%, um máximo de Junho de 2013. Isto significa que os juros a dois anos duplicaram apenas neste arranque de sessão face a ontem. 

No prazo a cinco anos, os juros italianos estão a disparar 120 pontos base para 2,941%, tendo tocado nos 3,004%.

Os juros italianos estão assim no valor mais alto desde que o Banco Central Europeu (BCE) anunciou o programa de aquisição de obrigações de dívida soberana (PSPP) em Janeiro de 2015. Este programa permitiu que os juros da dívida dos países da Zona Euro baixassem significativamente ao longo dos últimos três anos. 

Esta pressão na dívida italiana já se propagou à dívida portuguesa. Esta terça-feira a taxa de juro associada à dívida a 10 anos de Portugal está a disparar 18 pontos base para 2,251%, um máximo de Outubro.

Os investidores refugiaram-se na dívida alemã a dez anos que está a cair 12,8 pontos base para 0,214%. Este é o maior alívio dos juros alemães a dez anos desde Junho de 2016. 

A preocupação dos mercados intensificou-se nas últimas semanas com a possibilidade de ser empossado um Governo eurocético. Contudo, Sergio Mattarella, o Presidente da República italiano decidiu, no domingo não aceitar a composição do Governo liderado por Giuseppe Conte, uma escolha do Movimento 5 Estrelas e da Liga. O problema esteve no ministro da Economia, com a pasta das Finanças, o eurocético Paolo Savona. 

A solução a prazo encontrada por Mattarella foi nomear Carlo Cottarelli, um ex-director do Fundo Monetário Internacional (FMI). O antigo director para os assuntos orçamentais do FMI já disse que o seu principal objectivo será aprovar o Orçamento do Estado para o próximo ano, prometendo formar um Governo "rapidamente", o que deverá agradar os investidores.

No entanto, os mercados temem que os partidos eurocéticos reforcem a sua posição nas próximas eleições, que deverão realizar-se no início de 2019, caso o Executivo de Cottarelli consiga um moção de confiança do Parlamento. Se não conseguir, há eleições mais cedo.


(Notícia actualizada, pela última vez às 10:21 com mais informação)
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