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BCP afunda 8% para mínimos de Outubro com crise em Itália

O BCP está a registar a maior queda diária desde Fevereiro de 2017. As acções do banco afundam 8%, num contexto de incerteza e muitos receios em torno de Itália.

29 de Maio de 2018 às 09:36
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As acções do BCP estão a afundar 7,88% para 23,98 cêntimos, tendo já descido 8,07% para 23,93 cêntimos. Esta é a queda mais pronunciada das acções do banco liderado por Nuno Amado desde Fevereiro de 2017 e é também o preço por acção mais baixo desde Outubro de 2017.

A pressionar fortemente as acções do banco está o sentimento negativo que impera na Europa, devido à situação política em Itália. A convocação, quase certa, de eleições, e os receios de que as forças eurocépticas reforcem o seu poder estão a minar a confiança dos investidores.

E o dia está a ser de muito movimento. Já trocaram de mãos mais de 47 milhões de acções do BCP, com cerca de hora e meia de negociação. A média diária dos últimos seis meses é de 58 milhões. 
O cenário é vermelho na banca europeia. O índice Stoxx para a banca está a deslizar mais de 3% com as 48 cotadas que o compõem em queda. O BCP é mesmo a cotada que mais perde neste índice. A seguir está o UBI Banca, com o banco italiano a descer mais de 5%, assim como o Intesa Sanpaolo, que recua mais de 5%.

A queda do BCP está a ser determinante para a descida de 2% do PSI-20, com o índice nacional a recuar para mínimos de Abril. 

A justificar este desempenho está a situação política em Itália. Os italianos foram às urnas a 4 de Março, e o Movimento 5 Estrelas ganhou as eleições. Contudo não conseguiu maioria. As negociações com a Liga decorreram e as duas forças políticas conseguiram escolher um nome para primeiro-ministro. Giuseppe Conte foi o escolhido. E aprovado pelo presidente da República, Sergio Mattarella. Contudo, a escolha para a pasta das Finanças foi chumbada pelo chefe de Estado. Conte escolheu Paolo Savona para o Ministério da Economia. Mas Mattarella rejeitou ter à frente das Finanças do país um eurocéptico que defende a saída de Itália da Zona Euro.

 

Esta situação levou a que Conte desistisse de formar governo. Mattarella foi rápido da solução. Convocou Carlo Cottarelli, um ex-responsável do Fundo Monterário Internacional (FMI) para o convidar a formar governo. Um convite que foi aceite.

 

Cottarelli aceitou e impôs uma condição: o Parlamento terá de viabilizar o Executivo através de uma moção de confiança. Caso contrário Itália ficará, de novo, sem governo.  Num cenário em que o Parlamento aprova este governo apartidário, as eleições deverão ser convocadas para o início de 2019. Se a moção for chumbada, então deverão ser convocadas eleições ainda em Agosto. 

 

Os receios dos investidores estão relacionados precisamente com as eleições. Ou melhor, com o potencial reforço do poder dos partidos eurocépticos. Este cenário está a provocar quedas significativas nas bolsas europeias, desvalorização do euro e subidas dos juros para máximos.

Os juros de Itália são os mais penalizados, ao dispararem para máximos de 2014. Mas Portugal não está a escapar. A taxa de juro da dívida portuguesa a 10 anos está a subir 18,2 pontos base para 2,253%, o que corresponde ao valor mais elevado desde Outubro de 2017.


(Notícia actualizada às 10:06 com mais informação)
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