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Crise em Itália tira mais de 4 mil milhões às cotadas do PSI-20 em cinco dias

A bolsa portuguesa afundou mais 2,5% na sessão de hoje, o que corresponde à queda diária mais forte desde Janeiro de 2017. O BCP está a ser o mais penalizado pela crise em Itália e esta terça-feira caiu mais de 8%.

Os investidores que prefiram ficar longe do sobe e desce do mercado podem privilegiar uma abordagem mais defensiva. Os fundos multiactivos podem ser uma boa alternativa para quem pretende obter retornos, mas não quer assumir riscos demasiado elevados.

Os fundos multiactivos ajustam-se a praticamente todos os investidores, uma vez que existem produtos com uma estratégia de investimento mais defensiva, equilibrada e agressiva. Apesar da instabilidade registada nos mercados accionistas nas últimas semanas, são os multiactivos agressivos, com maior exposição ao mercado accionista, que apresentam as melhores rendibilidades. Rendem, em média, 0,9% nos últimos três meses. Já os fundos que privilegiam uma estratégia mais equilibrada somam 0,81%, segundo os dados da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP).

Ao investirem em diversas classes de activos, estes produtos de poupança reduzem o risco resultante de oscilações bruscas nos mercados financeiros. Ou seja, se as bolsas mundiais registarem quedas acentuadas enquanto está a banhos, a exposição a outros activos, como a dívida ou cambial, vai atenuar o efeito negativo das acções na carteira. No entanto, caso os problemas nos mercados aliviem e as bolsas registem subidas elevadas, esses fundos não irão obter retornos tão expressivos.
Reuters
29 de Maio de 2018 às 16:47
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Na terça-feira da semana passada a bolsa portuguesa atingiu o nível mais elevado em três anos. Nas cinco sessões seguintes perdeu 7,2%, com o PSI-20 já em terreno negativo no ano (-0,35%) e em mínimos de Abril.


A crise política em Itália é a principal responsável por este desempenho da praça portuguesa, sendo que no espaço de cinco sessões as 18 cotadas do PSI-20 viram o seu valor de mercado encolher 4,17 mil milhões de euros.


Os investidores temem que o novo governo em Itália seja incapaz de apresentar um programa que seja aceite pelo Parlamento. Tal levará à realização de novas eleições depois de Agosto, sendo que as sondagens apontam para o reforço dos votos nos partidos populistas (Movimento 5 Estrelas e a Liga), o que pode deixar o país mais perto de sair do euro.

 

A turbulência atingiu o pico mais elevado na sessão desta terça-feira, num claro movimento de fuga ao risco que penalizou sobretudo os activos italianos, mas também os de Portugal e Espanha.

 

O PSI-20 afundou 2,61% para 5.369,19 pontos, com todas cotadas em queda. O índice da Bolsa de Itália recuou 2,61% e o pan-europeu Stoxx600 cedeu 1,37%. Tendo em conta apenas a sessão de hoje a capitalização bolsista das cotadas do PSI-20 encolheu 1,2 mil milhões de euros.

 

A turbulência afectou sobretudo o mercado de dívida, com os juros das obrigações a disparar mais de 100 pontos base nas maturidades mais curtas, numa subida que de acordo com a Reuters é a mais forte em 26 anos. A "yield" dos títulos a 2 anos mais do que duplicou.

BCP lidera perdas

O BCP é a acção da bolsa portuguesa mais castigada pela crise italiana. As acções do banco liderado por Nuno Amado fecharam a cair 8,11% para 0,2392 euros, atingindo mínimos de Outubro. Nas últimas cinco sessões o banco perdeu 15,3%, o que corresponde a uma queda de 654 milhões de euros na capitalização bolsista do BCP.

 

Mas se nas sessões anteriores as quedas provocadas pela crise em Itália têm ficado restritas ao BCP, hoje foram generalizadas na bolsa nacional. Todas as cotadas do PSI-20 perderam valor na sessão de hoje e três empresas tocaram em mínimos de, pelo menos, 2016.

 

Os CTT estão neste lote. As acções caíram 3,45% para 2,74 euros, tendo já tocado no valor mais baixo de sempre ao negociar nos 2,687 euros.

 

Em mínimos de Junho de 2016 está também a REN, ao tocar nos 2,316 euros. As acções desceram 3,33% para 2,326 euros.

 

O outro mínimo foi atingido pela Nos. A empresa de telecomunicações cedeu 3,48% para 4,552 euros, tendo tocado no valor mais baixo desde Novembro de 2014.

 

Oito das cotadas do PSI-20 fecharam a cair mais de 3%, sendo que as desvalorizações mais contidas foram protagonizadas pelas empresas do sector energético. A Galp Energia caiu 0,71% e a EDP desvalorizou 0,74% para 3,353 euros. A eléctrica liderada por António Mexia está cada vez mais perto da contrapartida da OPA da China Three Gorges (3,26 euros), quando faltam poucos dias para os chineses procederem ao registo da OPA (o prazo termina a 1 de Junho).   

(notícia actualizada às 17:00 com mais informação)

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