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Cottarelli aceita liderar Governo de transição em Itália até eleições no início de 2019  

O Presidente da República italiano nomeou um antigo responsável do FMI para liderar um governo transitório até à realização de novas eleições no país.

28 de Maio de 2018 às 11:52
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O Presidente da República italiano nomeou um antigo responsável do FMI para liderar um governo transitório até à realização de novas eleições no país. Carlo Cottarelli já aceitou o mandato, afirmando que o seu governo, caso seja aprovado no Parlamento, irá exercer funções até às eleições previstas para o início do próximo ano.


Citado pela Reuters, o antigo director para os assuntos orçamentais do FMI afirmou que o seu principal objectivo será aprovar o Orçamento do Estado para o próximo ano, prometendo formar um governo "rapidamente".

Carlo Cottarelli só aceitará liderar o próximo governo caso vença uma moção de confiança no Parlamento. Caso contrário, as eleições antecipadas decorrerão já em Agosto.

"Vou apresentar-me ao Parlamento com um programa que - se receber "luz verde" - vai incluir a aprovação do Orçamento do Estado. Depois o Parlamento será dissolvido com eleições no início de 2019", afirmou Cottarelli, acrescentando que "na ausência da confiança [do Parlamento], o governo demite-se imediatamente e a sua função será a gestão corrente até às eleições que ocorrerão em Agosto". 


Ministro de Conte representava sair do euro


A opção do Presidente da República, Sergio Mattarella, em nomear um governo tecnocrata surge depois de Giuseppe Conte ter desistido de formar governo. A decisão do primeiro-ministro indigitado aconteceu domingo depois do presidente italiano ter chumbado o nome apresentado para ministro da Economia. Sergio Mattarella rejeitou Paolo Savona, um eurocéptico para ficar à frente das Finanças do país.

Numa declaração ao país no final da noite de domingo, Mattarella explicou porque não aceitou o Governo de Conte. "Concordei com todos os ministros, excepto o de ministro das Finanças", afirmou o presidente aos jornalistas este domingo. "Pedi uma pessoa que não representasse uma saída do euro", acrescentou. "Agora há forças políticas que me pedem eleições", adiantou.

 

"Trabalhámos durante semanas, dia e noite, para garantir o nascimento de um governo que defendesse os interesses dos cidadãos italianos. Mas alguém (sob pressão de quem?) disse-nos não", afirmou Salvini através de uma publicação na sua conta de Facebook. "Nesta altura, com a honestidade, coerência e coragem de sempre, devem dizer algo", adiantou, defendendo assim a realização de eleições.  

Desde Março deste ano que a terceira maior economia da Zona Euro procura um governo, uma tarefa que se verificou difícil dado que as eleições ditaram um resultado que complicou a formação de uma maioria no Parlamento.

O Movimento 5 Estrelas (que foi o partido mais votado) e a Liga desistiram de formar governo depois da recusa de Mattarella ao Governo de Conte. Agora, segundo a Reuters, os dois partidos equacionam concorrer em conjunto às próximas eleições. O Forza Itália, de Berlusconi, já anunciou que não irá apoiar um governo liderado por Cottarelli.

Mercados nervosos

Com a turbulência a ganhar intensidade a cada dia que passa, os mercados mostram uma maior apreensão com Itália.

 

Depois de um alívio de pouca duração no início da sessão, a taxa de juro associada à dívida de Itália a 10 anos está a subir 24,3 pontos base para 2,703%, o que corresponde ao valor mais elevado desde Junho de 2015. Na dívida a cinco anos a subida é ainda mais expressiva: 34,1 pontos para 1,701% - um máximo de Junho de 2014.

Já a "yield" a 10 anos de Portugal está a disparar 23,1 pontos para 2,151%, um máximo de 27 de Outubro.

 

(Notícia actualizada pela última vez às 12:45)

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