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Goldman Sachs faz lista dos bancos mais vulneráveis. BCP é um deles

O Goldman Sachs procurou os bancos mais “vulneráveis” a comparações com o espanhol Banco Popular. Acções das entidades consideradas mais expostas, entre as quais o BCP, descem mais de 4%.

Miguel Baltazar/Negócios
01 de Junho de 2016 às 11:46
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O aumento de capital do Banco Popular apanhou os mercados de surpresa e provocou uma derrocada das acções dessa entidade. Este factor levou os analistas do Goldman Sachs a procurarem quais poderão ser os outros bancos europeus em situação de maior vulnerabilidade e que possam ser alvo de comparações com o banco espanhol.

E as entidades que entraram nessa lista afundam em bolsa esta quarta-feira. Um dos bancos destacados pelos analistas do banco de investimento norte-americano é o BCP que está esta quarta-feira sob pressão, cedendo 4,33% para 0,0293 euros, o valor mais baixo dos últimos quatro anos.

O Goldman Sachs diz que o timing do aumento de capital do Banco Popular foi uma "surpresa". E questiona-se sobre o que provocou essa decisão. "Foram as perspectivas para os testes de stress da Autoridade Bancária Europeia e do BCE no segundo semestre? Se o pensamento de muitos nos mercados – de que os testes de stress tiveram esse papel – provar ser correcta, esperamos que se façam interpolações no sector".

Para aferir quais os bancos mais expostos a essa analogia com o Popular, os analistas do Goldman Sachs utilizaram o rácio de Texas, que permite medir a vulnerabilidade da base de capital dos bancos à perda de valor dos colaterais dados aos bancos em activos problemáticos. "Para medir potenciais comparações entre o sector e o Banco Popular, corremos o rácio de Texas para os bancos que acompanhamos", explicam os analistas Jernej Omahen, Jean-Francois Neuez, Jose Abad e Marco Di Matteo, numa nota de investimento libertada esta quarta-feira e a que o Negócios teve acesso.

Mais vulneráveis sofrem em bolsa

O Goldman diz que "os bancos mais expostos" a comparações com o Popular têm um rácio de Texas pelo menos três vezes superior à mediana do sector. E enumeram-nos. Além do BCP, destacam os italianos Monte dei Paschi, Banca Popolare de Milano, Banco Popolare, Banca Emilia Romagna e UBI Banca. O Bank of Ireland também integra esta lista dos mais expostos.

E os bancos destacados como os mais expostos pelo Goldman sofrem perdas pesadas em bolsa. Além da descida do BCP, registam desvalorizações de entre 4,44% e 6,12% esta quarta-feira. Além daquele grupo, os analistas do Goldman enumeraram um outro grupo de bancos expostos, mas com menor dimensão, com um rácio de Texas duas vezes superior à mediana. É o caso do UniCredit, Intesa, Sabadell e, algo abaixo daquela marca, o BPI. As acções do banco liderado por Fernando Ulrich cedem 1,12% para 1,152 euros.

Os analistas do banco de investimento norte-americano explicam que "o objectivo do rácio de Texas é identificar bancos em que uma descida do valor dos colaterais que estão subjacentes às exposições problemáticas causa o impacto mais substancial na base de capital". E explica que um rácio de 200%, por exemplo, "implica que uma descida de 10% no valor do colateral se traduz numa redução de 20% na base de capital do banco".

A mediana do rácio de Texas para o sector europeu é de 41%. No caso do BCP, o indicador situa-se em 249%. No BPI é de 75%. 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

(Notícia actualizada às 16:12 com correcção do valor das acções do BCP)

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