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Os 10 números que marcam os dois anos dos CTT em bolsa

Os CTT foram das últimas cotadas a entrar no mercado de capitais português. Já passaram dois anos desde a estreia, período que tem sido marcado por mais altos do que baixos das acções da empresa liderada por Francisco Lacerda.

D.R.
05 de Dezembro de 2015 às 10:00
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Os CTT estão de parabéns. Cumprem dois anos em bolsa. Um percurso marcado por mais altos do que baixos por parte de uma empresa que foi capaz de conquistar muitos investidores com a sua atractiva política de remuneração. Há ganhos avultados para quem comprou na Oferta Pública de Venda (OPV). As acções chegaram quase a duplicar de valor, mas têm vindo a perder força. Conheça os 10 números que marcam o percurso em bolsa da empresa de correios que agora também é um banco.

510 sessões na bolsa de Lisboa


Foi a 5 de Dezembro de 2013 que a bolsa nacional recebeu uma das últimas cotadas – só a Espírito Santo Saúde, agora Luz Saúde, entrou a seguir aos CTT. Uma estreia sem grande euforia, com as acções a avançarem ligeiros 0,36% na primeira sessão face aos 5,52 euros a que os títulos foram vendidos na Oferta Pública de Venda (OPV). Entrou, como as restantes, para o índice geral. Isto foi há 510 sessões, mas não demorou muito a ser promovida à "primeira liga" da praça portuguesa, o PSI-20, onde "milita" há 436. Foi a 24 de Março de 2014 que a empresa liderada por Francisco Lacerda passou para o "pote" das "gigantes" do índice de referência, no qual tem vindo a assumir cada vez maior preponderância.

De inexistente para 8,25% do PSI-20


Os CTT não entraram logo para o índice de referência, mas a promoção acabou por ser inevitável. Pouco mais de três meses depois da estreia, entraram no PSI-20, mas sem grande preponderância no comportamento da bolsa de Lisboa. Contudo, com a crescente valorização das acções – mas também com os ajustes que vão sendo realizados à "carteira" do PSI-20 – os CTT são, actualmente, das cotadas com maior relevo na bolsa nacional. A empresa liderada por Francisco Lacerda apresenta um peso de 8,24% no cabaz do PSI-20. É a quinta com maior preponderância no rumo do mercado accionista português, atrás da EDP Renováveis, Nos, EDP, Galp Energia e Jerónimo Martins, a "gigante": pesa 14,2%.

CTT têm 100% do capital está disperso em bolsa


Foram mais de 25.433 os pequenos investidores que participaram na OPV dos CTT. E são, actualmente, estes pequenos investidores que detêm a maior "fatia" do capital da empresa de correios: 66,01% do capital. Os CTT são, de resto, a única cotada da bolsa nacional que tem efectivamente a totalidade do capital disperso no mercado. "Os CTT são a única empresa portuguesa com 100% em ‘free float’. Que seja a primeira de muitas", disse Francisco Lacerda. Os grandes investidores, entre eles os fundos, abarcam os restantes 34% que não são detidos pelo retalho. Entre estes, as "holdings" da Standard Life Investments têm a maior parte: 6,67%. Gestmin e Artemis Investment Management também estão no "top" três dos accionistas de referência.

Uma capitalização bolsista de 1.311 milhões de euros


O Estado encaixou mais de 578 milhões de euros com a venda das acções dos CTT na OPV a um preço de 5,52 euros. A segunda fase, que marcou a saída em definitivo do capital da empresa, rendeu mais 343 milhões. Foram mais de 900 milhões de euros de receita para os "cofres" públicos, sendo que quem comprou estas acções tem visto o seu valor aumentar. O bom desempenho bolsista elevou a capitalização da empresa de correios até aos actuais 1.311 milhões de euros. Não é uma "gigante" em valor na bolsa nacional, mas esta capitalização bolsista permite-lhe ser a 11.ª cotada mais valiosa num total de apenas 18 títulos que actualmente integram o PSI-20. A EDP vale quase 10 vezes mais: 11.370 milhões.

Investidores pagaram 5,52 euros por título. Valem bem mais


Os investidores que participaram na Oferta Pública de Venda (OPV) aceitaram pagar um preço de 5,52 euros por acção. Na altura os analistas alertaram para o valor elevado, mas o tempo veio mostrar que havia margem de progressão nas acções. Depois da estreia sem grande euforia, com as acções a avançarem ligeiros 0,36%, os CTT foram valorizando em bolsa. Ao final do primeiro ano já estavam nos 7,80 euros. E chegaram a cotações bem superiores, acima da fasquia dos 10 euros. Terminaram a última sessão a cotar nos 8,741 euros, ainda assim 58,3% acima do valor da OPV. E isto sem contar com os dividendos entretanto distribuídos pelos accionistas.

Acções chegaram ao máximo histórico de 10,64 euros


Os títulos dos CTT estão a 8,741 euros. É bem mais do que os 5,52 euros da OPV, mas a cotação já esteve quase ao dobro do valor a que a empresa de correios entrou em bolsa. Foi este ano, a 14 de Abril, que as acções da cotada chegaram àquele que é ainda o máximo histórico: 10,64 euros, valor atingido durante a negociação dessa sessão. Um recorde para o qual contribuiu o ambiente de optimismo no mercado, numa altura em que o BCE estava a arrancar com o programa de estímulos à economia da Zona Euro. Mas também que antecedeu o pagamento dos dividendos referentes aos lucros alcançados em 2014 (a 29 de Maio), remuneração accionista essa que era, à data, uma das mais atractivas do PSI-20. Dava uma rendibilidade de cerca de 4,5%.

Valor dos dividendos está a crescer. Vai subir para 0,47 euros


Os CTT pagaram um dividendo de 0,465 euros a 29 de Maio. Foi, à data, um aumento de 16,3% face ao ano anterior, mas essa remuneração accionista, que foi sempre apontada como o principal atractivo da cotada, vai continuar a subir. Os CTT vão propor pagar um dividendo de 0,47 euros por acção referentes a 2015, totalizando 70,5 milhões de euros, segundo a apresentação feita aos analista no dia do investidor dos CTT. Este aumento da remuneração promete, assim, manter os accionistas fiéis aos títulos tendo em conta que com base na cotação actual de 8,741 euros oferece uma rendibilidade de 5,4%.

Preço-alvo médio é de 9,78 euros. Há potencial


Os dividendos são a "arma" dos CTT para atraírem investidores. Mas as acções, só por si, também merecem destaque. Pelo menos a julgar pelas avaliações que são atribuídas pelos analistas à empresa liderada por Francisco Lacerda. Se face ao recorde perdeu 17,8%, com base na avaliação média dos analistas que acompanham os títulos em bolsa há margem para que os títulos avancem 11,8%. O preço-alvo médio dos CTT está em 9,78 euros, de acordo com os dados da Bloomberg. A maioria diz para "manter", mas há muitos bancos de investimento que recomendam "comprar". O Jefferies, o Haitong IB e o Goldman Sachs são os mais acérrimos defensores desta visão mais positiva, facto comprovado pelas suas avaliações de 11,75, 11,10 e 10,60 euros, respectivamente. O Jefferies dá um potencial de subida de 34,4%. Já o RBC Capital Markets não vê margem. Diz que os títulos podem cair até aos 7,70 euros.

Certificados captam 8.388 milhões. CTT ganha as comissões


Os CTT têm nos correios, seja o normal ou o expresso, o seu negócio principal. Mas desde que está em bolsa que são os serviços financeiros que merecem destaque junto dos investidores e analistas. É este negócio que mais tem progredido, puxando pelos lucros da empresa, suportando a política de remuneração accionista que os CTT têm. E esse crescimento da divisão financeira deve-se muito ao sucesso que os produtos do Estado têm tido neste período desde que os CTT estão em bolsa. É, essencialmente, nos balcões da empresa que são subscritos estes títulos de dívida de retalho que desde Dezembro de 2013 captaram um total de 8.388 milhões de euros (até ao final de Outubro, de acordo com os dados do IGCP). Os certificados de aforro captaram 2.673 milhões, líquidos, já os Certificados do Tesouro Poupança Mais viram entrar 5.715 milhões. E os CTT ganham com as comissões. Contudo, as taxas mais baixas dos produtos do Estado têm travado ao apetite dos investidores de retalho.


Banco quer ter 1.000.000 de clientes

Os serviços financeiros geraram para os CTT resultados operacionais de 25,8 milhões de euros nos primeiros nove meses. O EBITDA total da empresa ascendeu a 104,8 milhões de euros, "contribuindo o correio com 70%, os serviços financeiros com 29% e o expresso e encomendas com 1%", diz a empresa. O foco na área financeira levou os CTT a anunciarem recentemente o lançamento do Banco CTT. Os planos dos CTT passam por alargar o banco a 50 lojas em simultâneo até Março de 2016, e expandir os balcões a 604 lojas da sua rede até 2018. Até 2018, a instituição espera captar até 475 mil clientes no segmento de contas à ordem, um número que segundo as estimativas dos CTT aumentará 6% até 2020 para perto de 750 mil. A longo prazo a pretensão é chegar a um milhão de clientes, o que representará uma quota de mercado superior a 10%. Uma meta que exige investimento. E que para os investidores parece estar a ser demasiado dispendiosa, temendo o impacto nos dividendos. Receios que levaram as acções a cair 3,4% desde o Dia do Investidor.

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