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Galp sobe mais de 6% em dia de negócio histórico no sector petrolífero

A Galp Energia beneficiou do negócio de compra do BG Group pela Shell, que dará origem à segunda maior empresa de petróleo e gás do mundo. As acções da petrolífera nacional subiram mais de 6%, com o maior volume desde que a Eni vendeu 7% do capital da Galp.

1039 – Galp Energia – A petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva surge na posição 1.039 da lista, sendo a segunda maior cotada portuguesa. Perdeu 195 posições face ao “ranking” de 2014.
Bloomberg
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As acções da Galp fecharam a sessão desta quarta-feira, 8 de Abril, a subir 6,23% para 11,595 euros, depois de terem chegado a disparar um máximo de 10,4% para 12,05 euros esta manhã. Esta subida é a segunda mais acentuada entre as petrolíferas europeias, só superada pela da BG Group, que sobiu mais de 26% depois de ter sido alvo de uma oferta de compra por parte da Shell.

 

Já ontem a Galp Energia tinha registado uma forte subida em bolsa. As acções valorizaram mais de 8% na valorização mais acentuada em três anos.

 

A subida das acções da Galp nesta quarta-feira foi acompanhada por uma elevada liquidez, tendo trocado de mãos 6,68 milhões de títulos, o que compara com uma média diária de 1,77 milhões de acções registada nos últimos seis meses. Este é o volume mais elevado desde 28 de Março de 2014, dia em que a Eni vendeu 7% do capital da Galp, ou seja, cerca de 58 milhões de títulos.

  

A impulsionar a Galp Energia esteve hoje o anúncio da aquisição do BG Group pela Shell por 47 mil milhões de libras (cerca de 64,2 mil milhões de euros) em dinheiro e acções, o maior negócio do sector da última década.

 

Shell vai pagar 383 pence em dinheiro mais uma percentagem das acções por cada título do BG Group, o que equivale a cerca de 1.367 pence por acção. Este montante atribui ao BG Group um valor de mercado de cerca de 47 mil milhões de libras, representando um prémio de cerca de 50% tendo em conta o valor de fecho das acções na sessão de ontem (910,40 pence).

 

"O prémio oferecido está muito acima do preço de fecho de ontem da BG Group, o que explica a subida tão significativa do sector energético", explica Steven Santos, gestor da XTB, em declarações ao Negócios.

 

Albino Oliveira, analista da Fincor, acrescenta que a notícia é "positiva para o sentimento dos investidores relativamente ao sector das petrolíferas, principalmente porque aparece num momento que tem sido de incerteza, tendo em conta a queda do preço do petróleo e a resposta do sector com o anúncio de cortes nos investimentos a realizar na área da exploração".

 

No caso da petrolífera portuguesa, sublinha Steven Santos, da XTB, "dado que a BG Group tem sido um dos seus parceiros de consórcio no Brasil, a Galp Energia poderá melhorar o acesso a projectos futuros em que a Shell intervenha".

 

O gestor da XTB acredita que poderá haver mais fusões dentro do sector da energia "uma vez que a queda acentuada do preço do petróleo nos últimos seis meses prejudicou muito a rentabilidade de diversos operadores presentes na produção de petróleo". "O aumento da escala dos operadores tornou-se mais importante para assegurar a sustentabilidade financeira dos projectos de exploração e produção", acrescenta o responsável.

 

Sobre a possibilidade de mais fusões/aquisições no sector da energia, Albino Oliveira é mais cauteloso, sublinhando, contudo que "a subida dos mercados de acções e a manutenção de um enquadramento de baixas taxas de juro parece criar um contexto favorável para a realização de mais operações, não só neste sector como no mercado como um todo".

 
A evolução das acções da Galp Energia tem lugar depois de, ontem, a empresa já ter subido 8,12% em bolsa. Pedro Lino, administrador da Dif Broker, considera, contudo, que "a cotação deverá corrigir nos próximos dias" porque parte das expectativas de que existam fusões que possam envolver a Galp "são neste momento infundadas".

 

Esta terça-feira, o CaixaBI melhorou a recomendação para as acções da Galp Energia de "acumular" para "comprar" e reduziu o preço-alvo de 15,30 euros para 12,20 euros.


"Continuamos a ver a Galp Energia como uma das mais interessantes oportunidades de crescimento na indústria, apoiada por um portefólio de classe mundial no Brasil", escreveram os analistas na nota de análise. 

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