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Bolsa grega cai mais de 12% e juros disparam após anúncio de primeiras medidas do Governo grego

No primeiro dia efectivo em funções, o recém-empossado Governo viu a bolsa helénica afundar mais de 12% para mínimos de 2012 e os juros da dívida a 3 anos dispararem mais de 250 pontos. O sector da banca grega foi o mais penalizado com os maiores bancos a desvalorizarem mais de 25%.

Reuters
28 de Janeiro de 2015 às 16:42
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A tendência de desvalorização da bolsa grega, já verificada nas duas últimas sessões, acentuou-se esta quarta-feira, dia em que se reuniu o primeiro Conselho de Ministro do novo Governo grego e em que foram anunciadas as primeiras medidas. O principal índice grego, o FTASE, que reúne as maiores 25 cotadas do país, fechou a afundar 12,10% para mínimos de Julho de 2012.

 

Trata-se ainda da maior queda diária deste índice desde o passado dia 9 de Dezembro, altura em que o então primeiro-ministro Antonis Samaras anunciou a antecipação das eleições presidenciais, decisão que acabou por espoletar uma crise política que culminou na também antecipação das legislativas e na vitória da coligação de esquerda radical liderada por Alexis Tsipras.

 

Também o índice ASE, que agrega todas as cotadas helénicas, recuou 9,24%. A contribuir de forma decisiva para a queda dos índices bolsistas gregos estiveram as avultadas perdas registadas no sector financeiro.

 

Depois de ontem terem caído mais de 10%, os principais bancos gregos afundaram mais de 25% esta quarta-feira. O Banco Nacional da Grécia e o Eurobank registaram descidas na casa dos 25%, o Alpha Bank perdeu 26,76% e o Piraeus Bank liderou as perdas com uma desvalorização de 29,26%. Os investidores mostram receio face à possibilidade de os bancos gregos ficarem sem financiamento, por parte do Banco Central Europeu (BCE), depois do final de Fevereiro, data em que termina o programa de assistência financeira da troika à Grécia, já depois de ter sido prolongado por dois meses em Dezembro. 

 

Subsiste alguma preocupação face àquilo em que consistirá a política concreta do novo Governo da Grécia, composto por elementos que coincidem nas críticas e oposição às medidas que constam nos dois memorandos acordados entre Atenas e os credores internacionais.

 

Após o primeiro Conselho de Ministros, que reuniu na manhã desta quarta-feira, o novo Executivo anunciou o aumento do salário mínimo para o valor anterior à crise, a interrupção dos processos de privatização do sector eléctrico e do porto de Pireu e ainda a contratação dos funcionários públicos despedidos durante a aplicação dos memorandos de entendimento.

 

Tsipras proclamou mesmo que "o nosso objectivo é negociar a redução da dívida", solução que tanto Bruxelas como Berlim não aceitam contemplar, demonstrando apenas disponibilidade para negociar uma reestruturação que passe pelo alargamento dos prazos e pela redução dos juros. 

 

Os mercados estão a reflectir o medo face ao que trará o futuro próximo na Grécia. O Executivo de Tsipras tem ainda de negociar com a troika medidas que assegurem a libertação da última tranche do segundo resgate e a forma através da qual irão ser garantidas linhas de crédito cautelares que permitam ao estado helénico enfrentar o período pós-assistência financeira. O que poderia ser feito através de um novo resgate ou da adopção de um programa cautelar.

 

Os juros da dívida pública helénica também não passaram incólumes à pressão dos mercados. Nos mercados secundários, onde os investidores trocam entre si obrigações de dívida, as taxas de juro disparam em todas as maturidades. No prazo a 3 anos, a taxa de juro sobe 266,7 pontos base para 16,69% e a 5 anos avança 162,2 pontos para 13,42%. Já na maturidade a 10 anos a "yield" associada às obrigações gregas cresce 87,9 pontos para 10,36%, voltando assim a superar a barreira dos 10% como já havia acontecido no início de Janeiro.  

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