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TAP comemora 68 anos a uma semana daquela que poderá ser a maior greve de sempre
Foi pela mão de Humberto Delgado, então director do Secretário de Aeronáutica Civil, que a 14 de Março de 1945, foi criada a Secção de Transportes Portugueses, com a designação Transportes Aéreos Portugueses, hoje TAP Portugal. A companhia aérea de bandeira comemora 68 anos esta quinta-feira.
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Humberto Delgado fundou a TAP em 1945 e é responsável pela criação das primeiras linhas aéreas de ligação com Angola e Moçambique, a chamada “Linha Imperial”, inaugurada em 31 de Dezembro de 1946.
Também como fundadores da companhia aérea de bandeira surgem: Joaquim Trindade dos Santos, 1º Tenente Aviador, o capitão piloto aviador, Luís Tedeschi Bettencourt e Benjamim Fernando Fonseca de Almeida, piloto chefe.
Em 1948, a TAP entra para a Associação Internacional das Companhias Aéreas (IATA) e muda a sua imagem. E se o processo de reprivatização da TAP está, hoje, nas bocas do mundo, foi em 1953 que ocorreu a primeira privatização da companhia, momento em que deixou ser serviço público, para Sociedade Anónima com responsabilidade limitada.
Em 1958, a companhia aérea supera os mil trabalhadores e transporta 64 mil passageiros, hoje a companhia conta com mais de 12 mil trabalhadores e transporta mais de 10 milhões de passageiros.
No pós-25 de Abril, em 1975, a TAP é nacionalizada e em 1979 é aplicado o plano de modernização da companhia aérea.
Há 13 anos, o Governo de António Guterres prometia a privatização a TAP. Tudo estava alinhado e em Fevereiro de 2000 o Governo aprova, em conselho de ministros, a aquisição de uma participação de 34% da TAP pela SAir Group, a "holding" que controlava a Swissair. O valor do acordo ascendeu, na época, a 156 milhões de euros.
A companhia aérea suíça tinha ainda uma opção de compra, por um prazo de quatro anos, de 5% do capital da TAP, cujo preço será igual ao da aquisição formalizada na época.
Este acordo surgiu dez meses depois de o Governo ter acordado avendade uma parcela de 20% da TAP por 75 milhões de euros. No entanto este negócio viria a ser inviabilizado devido à greve dos pilotos.
Na altura, a TAP era presidida por Norberto Pilar, que assegurava que "com este negócio a viabilidade da TAP está assegurada".
A Air France também tinha estado na corrida para entrar no capital da transportadora aérea nacional, mas Jorge Coelho considerou que a proposta da empresa suíça era mais rentável para a TAP.
No entanto, as dificuldades financeiras da Swissair afastaram a companhia suiça do negócio. E em Dezembro do mesmo ano, o Governo ameaçava processar a empresa em 269 milhões de euros, por danos causados pela desistência do processo, um valor que nunca foi encaixado.
Em 2003, com António Cardoso e Cunha na liderança, a TAP Air de Portugal “corria o risco de fechar, havendo necessidade de cortes e anulações salariais e da urgência da privatização da empresa, segundo o responsável. Ainda nesse ano, o Governo aprova em Conselho de Ministros a privatização do negócio de “handling” da TAP Air Portugal (hoje Globalia), através de um concurso público internacional.
Um ano depois, Cardoso e Cunha sai da TAP, no âmbito da reestruturação da empresa, em divergência com o então administrador-delegado Fernando Pinto que acaba por assumir a liderança da companhia aérea até hoje.
Nestes últimos 12 anos, Fernando Pinto assumiu o rumo da empresa, acompanhado de Luiz Gama Mór, Manuel Torres, Michael Connoly. Esta equipa onde se veio juntar mais tarde Luís Rodrigues tem como objectivo retomar a privatização da companhia. Depois de vários anos e algumas tentativas, o processo teve quase concluído no final de 2012, com a venda da companhia à Synergy Aerospace de Germán Efromovich. Mas o Executivo cancelou a venda, uma vez que não foram apresentadas as garantias necessárias.
68 anos depois, a TAP foi privada, foi nacionalizada, comprou a Portugália, vendeu a Yes, actualmente White, comprou aviões, comprou a Manutenção Brasil, aumentou a sua força de trabalho, privatizou duas vezes o handling, e hoje tem uma rede espalhada por vários continentes. Fernando Pinto permanece à frente da empresa, o Governo ainda não conseguiu vender a companhia e o grupo acumula capitais negativos de mais 500 milhões de euros.