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Cardoso e Cunha diz TAP corre riscos de encerrar; admite cortes salariais

A TAP Air de Portugal corre o risco de fechar, alertou Cardoso e Cunha, presidente da companhia aérea nacional, realçando a necessidade de cortes e anulações salariais e da urgência da privatização da empresa.

10 de Março de 2003 às 11:48
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A TAP Air de Portugal corre o risco de fechar, alertou Cardoso e Cunha, presidente da companhia aérea nacional, realçando a necessidade de cortes e anulações salariais e da urgência da privatização da empresa.

Em entrevista ao jornal interno da companhia, Cardoso e Cunha sublinhou que «a TAP tem hoje uma imagem de sobredimensionamento. Os 8.200 trabalhadores que a companhia tem dificilmente se compaginam com elevados níveis de eficiência».

Por isso, a TAP vai procurar reduzir os postos de trabalho «sem perturbações», de forma a ir «adequando o número de trabalhadores à missão da empresa», acrescentou a mesma fonte, sem especificar valores.

Para 2003, a TAP prevê a redução de 200 a 300 postos de trabalho O corte máximo representa a supressão de cerca de 3,6% da força de trabalho da companhia aérea.

A TAP admite, no entanto, a expansão para outras rotas «que possam trazer mais movimento» à empresa, adiantou Cardoso e Cunha.

O congelamento da massa salarial da TAP em 2003 é considerado por Cardoso e Cunha como «fundamental», lembrando que algumas empresas norte-americanas até reduziram salários.

«Espero que não cheguemos a tanto», destacou a mesma fonte, admitindo «anulações salariais» para salvar a companhia. «A TAP pode até fechar. Não é o que quero. Mas corremos riscos», avançou o presidente do conselho de administração da TAP.

Para dar continuidade às operações da TAP, Cardoso e Cunha realça a urgência e a necessidade da privatização da companhia que será realizada por sectores («handling», engenharia e manutenção e aviação).

«Umas (secções) podem ser (privatizadas) por concurso público e as outras por ajuste directo», referiu Cardoso e Cunha.

O Governo escolheu privatizar, em primeiro lugar, o segmento de «handling» por concurso público, não estando ainda definido o restante modelo de venda de parte do capital das unidades de negócio da TAP.

Cardoso e Cunha descarta indemnização da Swissair e admite necessidade de concentração

O presidente da TAP descarta o pagamento de indemnização da Swissair por ter rompido o acordo de compra de 34% da TAP em 2001, após ter entrado em falência.

«Não há a mais pequena hipótese de sonhar com esse dinheiro. O melhor é pensar em coisas úteis», revela a mesma fonte.

Este responsável salientou «o bom senso» para a aproximação das companhias aéreas nacionais que, na sua opinião, não faz qualquer sentido mantê-las (TAP, Portugália, Sata e Air Luxor) «num mercado do nosso tamanho».

Nesta perspectiva, Cardoso e Cunha admite consolidação do sector nacional. A TAP realizou uma parceria com a Portugália. «Penso que aconteceu, nesta aproximação TAP/Portugália, um exercício de bom senso. Há aqui um campo grande de crescimento», salientou a mesma fonte.

O presidente da TAP destaca ainda que a tendência das comissões pagas às agências de viagens para reservar bilhetes deve caminhar para zero. As 600 agências de viagens instaladas em Portugal alertaram para ameaça de falência com a redução das comissões pagas pela TAP.

O presidente do CA da TAP diz não ver «nenhuma razão» para que o actual presidente executivo Fernando Pinto não continuar na TAP, dúvida suscitada pelos polémicos salários pagos aos gestores brasileiros.

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