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Marcelo compara processo de privatização da TAP a um casamento que não é o ideal

Marcelo Rebelo de Sousa comparou esta segunda-feira a privatização da TAP a um casamento que não é o ideal, justificando as declarações do Presidente da República por este estar a poucos meses do fim de mandato.

Miguel Baltazar
15 de Junho de 2015 às 22:43
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"Penso que o Presidente [da República] o que quis dizer, provavelmente, é que, depois de tantas tentativas frustradas de venda da TAP, às tantas, é como aquela noiva que ninguém quer. E depois tentou-se casar uma vez, duas vezes, três vezes e quando a família consegue finalmente casar a noiva tem uma sensação de alívio", respondeu o ex-líder do PSD aos jornalistas sobre as declarações de Cavaco Silva, que disse estar "mais aliviado" com o processo de privatização da TAP.

 

À margem de uma iniciativa do PSD/Gaia, o comentador político considerou que, "quando se tenta uma, duas, três vezes e não é possível em melhores condições, o casamento feito em recurso pode até ser muito feliz, mas à partida dir-se-ia que não é o casamento ideal", considerando, por isso, que este processo de privatização "não é o casamento ideal".

 

"Não se espera de um Presidente que diga: olha o meu mandato está a acabar da pior maneira possível, não está a correr bem. Não se vendeu bem a TAP, a situação está a melhorar, mas não tanto como eu desejaria. O que se esperaria de alguém que está a terminar o mandato é que dissesse: olhe finalmente há aqui um alívio, estamos melhor do que já estivemos", justificou.

 

Marcelo Rebelo de Sousa considerou natural que Cavaco Silva "puxe pelos galões e que puxe pela ideia de que o mandato não terminou tão mal como a oposição diz" e concluiu de forma peremptória: "é psicológico".

 

O Presidente da República disse, na noite de domingo, estar "mais aliviado" relativamente à privatização da TAP, considerando que tudo aponta para que a transportadora aérea possa permanecer autónoma, com uma base de operações em Portugal e satisfazendo o serviço público.

 

Em conversa informal com os jornalistas a bordo do avião que o transportou para Sófia, onde iniciou hoje uma visita de Estado à Bulgária, Aníbal Cavaco Silva foi questionado sobre a privatização da transportadora aérea, tendo confessado estar um pouco "mais aliviado".

 

O consórcio Gateway, que integra o empresário norte-americano David Neeleman (49%) e o empresário português Humberto Pedrosa (51%), propõe-se a pagar um valor mínimo de 354 milhões de euros pelo grupo, mas este montante pode subir para 488 milhões de euros, dependendo da 'performance' financeira da empresa ao longo de 2015.

 

O consórcio compromete-se a capitalizar a empresa com 338 milhões de euros e a pagar 10 milhões de euros ao Estado, dos quais dois milhões serão já pagos na assinatura do contrato de compra e venda, que deverá acontecer ainda em Junho, e o restante no fecho da venda.

 

Depois se exercer a opção de compra, dos 34% que ficam na mão do Estado, receberá entre seis e 50 milhões de euros, em função dos resultados da empresa em 2015.

 

Se houver uma dispersão do capital em bolsa até quatro anos após a conclusão da venda, como o agrupamento Gateway admite vir a fazer, o Estado arrecada mais 90 milhões de euros.

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