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Jerónimo de Sousa considera "chocante" declaração de Cavaco Silva

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considera "chocante" a declaração do Presidente da República sobre a TAP e disse que "aliviados ficarão os portugueses" quando Cavaco Silva terminar o seu mandato.

Correio da Manhã
15 de Junho de 2015 às 13:38
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"É chocante ouvir um Presidente da República falar assim de uma empresa estratégica, uma empresa que se liga à comunidade lusófona, uma empresa que é simplesmente a maior exportadora nacional", disse Jerónimo de Sousa, na Ribeira Grande, nos Açores.


Jerónimo de Sousa respondia a questões dos jornalistas sobre as declarações de domingo do Presidente da República (PR), que disse ter ficado "mais aliviado" relativamente à privatização da TAP.


"Ouvir um Presidente da República ficar, dizia ele, aliviado, creio... Bem podíamos dizer: aliviados ficarão os portugueses quando terminar o seu mandato", disse o líder do Partido Comunista Português (PCP).


Jerónimo de Sousa disse ainda que não está em causa a percentagem de capital privatizado ou que parte deste é português ou estrangeiro, lembrando outros processos de privatização de "empresas estratégicas", como a EDP ou a Cimpor.


"Várias empresas estratégicas começaram por um pouco [de capital privatizado] e depois foram totalmente privatizadas. Portanto, o problema não está na percentagem, está na privatização. E é nesse sentido que consideramos que pagaríamos muito caro no plano da nossa economia se perdêssemos essa alavanca fundamental do nosso desenvolvimento", acrescentou.


Este domingo, 14 de Junho, Cavaco Silva disse estar "mais aliviado" relativamente à privatização da TAP, considerando que tudo aponta para que a transportadora aérea possa permanecer autónoma, com uma base de operações em Portugal. "A maioria do capital é português, temos de aplaudir", disse ainda Cavaco Silva.


Jerónimo de Sousa lamentou que o Governo tenha argumentado que a companhia aérea "não podia ser reestruturada por falta de verba", quando nos últimos anos houve "milhares de milhões de euros" para a banca, "por causa das suas manigâncias", de "toda a especulação" e dos "crimes que foram cometidos" neste sector.


"Arranjaram-se sempre milhares de milhões. Para a TAP, não existe verba para uma reestruturação, para o seu desenvolvimento, como uma garantia de afirmação da nossa própria soberania", vincou, dizendo que o PCP vai "continuar a persistir para que esse processo seja sustido e a TAP continue portuguesa".

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