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António Costa compara garantias do Governo sobre a TAP com o caso BES
O secretário-geral socialista voltou a criticar a forma como decorreu o processo de privatização da TAP, feito numa “luta contra o tempo”. António Costa descredibilizou as garantias do Governo sobre o processo de privatização e lembrou o caso BES.
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O PS não desarma nas críticas ao processo de privatização da TAP que culminou, na quinta-feira da semana passada, com a vitória do consórcio Gateway na corrida à operadora aérea nacional. Esta terça-feira, 16 de Junho, António Costa, secretário-geral do PS, voltou à carga ao considerar "lamentável" que uma empresa com a relevância estratégica da TAP seja privatizada numa espécie de "luta contra o tempo".
Presente em Coimbra para uma reunião com os autarcas socialistas, Costa defendeu que perante o aproximar do fim do mandato legislativo dos partidos da maioria, o Governo não deveria tomar uma decisão deste tipo sem que a mesma assente num consenso político alargado. E voltou também a criticar o que chamou de falta de informação sobre o processo, isto depois de já ontem o PS ter reclamado contra o secretismo em torno da alienação da TAP.
"É essencial que a Assembleia da República seja informada das condições desta alienação. E que os alívios de hoje não sejam angústias de amanhã", criticou o dirigente máximo socialista antes de apontar novamente baterias ao Governo e ao Presidente da República.
"Estamos recordados como, há um ano, vários responsáveis políticos demonstraram confiança no futuro do BES e [depois percebemos que] essas garantias não dispunham de credibilidade". "Não podemos brincar com a confiança das pessoas", concluiu António Costa.
No sábado passado, Costa já tinha criticado que a TAP pudesse ser vendida por valores inferiores às contratações praticadas no futebol, lembrando a contratação de Jorge Jesus pelo Sporting.
Já esta terça-feira, o ministro da Economia, Pires de Lima, anunciou que o contrato entre o Governo e os novos donos da TAP será assinado a 24 de Junho.
PS quer descentralizar para incentivar crescimento e tem "certeza" que conseguirá maioria
Depois de terminado o encontro com os edis do PS, António Costa revelou ter aproveitado a ocasião para discutir com os presidentes de câmara algumas das propostas que constam do programa eleitoral socialista.
O candidato do PS a primeiro-ministro garantiu que se for eleito terá a "descentralização como pedra angular da reforma do Estado e desenvolvimento regional", algo que contribuirá, garante, para a "criação de riqueza e emprego". E voltou a insistir nas já habituais críticas ao atraso verificado na execução dos fundos comunitários, algo que considera essencial reverter para assegurar "um rápido relançamento da economia".
Em relação às últimas sondagens, a mais recente das quais mostrava uma aproximação dos partidos da maioria face ao PS e a cada vez mais improvável possibilidade de os socialistas conseguirem alcançar uma maioria absoluta, António Costa afirmou ter a "certeza de que os resultados darão uma maioria ao PS".
Ainda em resposta aos jornalistas presentes em Coimbra, o líder socialista teve tempo para falar sobre a situação que se vive na Grécia, numa altura em que o impasse parece cada vez mais difícil de solucionar. "Temos insistido na necessidade de haver uma postura construtiva de parte a parte", evidenciou Costa, que disse ainda ser "fundamental que a Grécia se mantenha no euro".
Apesar de sublinhar ser "necessário o esforço de todos" para ultrapassar a crise grega, António Costa acabou por não se referir de forma mais objectiva àquilo que defende como solução apropriada para a Grécia.