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S&P e Fitch cortam rating da Oi devido ao fracasso do negócio com a TIM

As agências de notação financeira Standard & Poor’s e Fitch reduziram a classificação da dívida da operadora brasileira e deram sinal de poderem vir a cortar novamente o rating, já que os "outlooks" são negativos.

Bloomberg
27 de Fevereiro de 2016 às 01:07
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"A Oi informa os seus accionistas e o mercado em geral que a Standard & Poor’s anunciou hoje [sexta-feira, 26 de Fevereiro] a revisão do rating de crédito atribuído à companhia, diminuindo o rating de longo prazo na escala global de BB- para B+, com CreditWatch negativo", sublinhou a operadora brasileira em comunicado ao mercado.

 

no passado dia 15 de Fevereiro a S&P tinha cortado a notação da Oi, com "outlook" negativo, dizendo estimar que a operadora apresentasse "crescentes níveis de endividamento, uma vez que os custos mais elevados e as despesas pressionam a sua capacidade de gerar ‘cash flow’ ainda mais do que aquilo que se previa".

 

Agora, voltou a descer a classificação da Oi, desta vez do terceiro (BB-) para o quarto (B+) nível de "junk" (o chamado "lixo"), que se insere na categoria de investimento especulativo. E colocou a dívida sob revisão, com implicações negativas, o que significa que pode vir a reduzir a sua notação nos próximos três meses.

 

Desta vez, a S&P justifica a medida com o facto de a TIM (operadora da Telecom Itália) ter informado o fundo russo LetterOne que não pretende aprofundar as negociações com a Oi para avançar com uma fusão dos activos, isto depois de quatro meses de conversações.

 

O fundo russo comunicou à Oi que foi informado pela TIM, operadora brasileira da Telecom Itália, que, "embora agradeça a sua abordagem, não deseja aprofundar negociações a respeito da possibilidade de uma união entre a Oi e a TIM, no Brasil". A fusão, se fosse em frente, seria acompanhada de uma injecção de capital por parte do LetterOne que poderia ascender a quatro mil milhões de dólares.

 

O fracasso das negociações leva a que a S&P esteja convicta de que a Oi enfrenta agora ainda mais desafios no sentido de reduzir o seu elevado endividamento.

 

A Fitch também reagiu a esta notícia com um corte do rating da dívida de longo prazo da Oi, BB para B, com Rating Watch negativo. O corte foi assim mais expressivo do que o da S&P, já que a Fitch desceu a notação em três níveis (do segundo para o quinto grau de "lixo").

 

O facto de ter também colocado a notação sob vigilância, com implicações negativas, significa que poderá igualmente voltar a descer a classificação da Oi.

 

A agência considera que a operadora brasileira poderá confrontar-se com graves problemas de liquidez a partir de 2017.

 

Recorde-se que a Pharol (ex-PT SGPS) detém 27,5% do capital da Oi e que a desistência da TIM relativamente a uma fusão levou a que a empresa liderada por Palha da Silva afundasse na bolsa de Lisboa, tendo esta sexta-feira chegado a perder 9,85% para mínimos históricos, nos 18,3 cêntimos por acção.

 

A Oi tinha ficado com a PT Portugal no âmbito da aliança estratégica que acordou com a PT mas que acabou por não ser bem sucedida – o que levou a Oi a vendê-la à francesa Altice, que agora agrega os negócios da operadora (nomeadamente a marca Meo). 

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