Notícia
Governo brasileiro quer revisão da fusão entre PT e Oi em caso de incumprimento
O BNDES já o tinha dito, mas agora a mensagem é feita por um governante. O ministro das Comunicações brasileiro diz que em caso de incumprimento por parte da Rioforte do pagamento à PT, a fusão entre a operadora portuguesa e a Oi tem de ser revista.
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O governo brasileiro, pela voz do ministro das Comunicações brasileiro, Paulo Bernardo, garante que a PT e a Oi têm de rever os termos da fusão caso haja incumprimento no pagamento por parte da Rioforte à operadora portuguesa. Esta terça-feira, 15 de Julho, é a data limite para o pagamento do reembolso de maior montante, num total de 847 milhões de euros, mas o cenário de incumprimento já é estudado pela PT que, ainda assim, tentava nos últimos dias outras hipóteses.
"Tem uma operação que vence amanhã [15 de Julho, portante hoje]. Se o dinheiro voltar, tudo certo, se não voltar, evidente que o BNDES e os accionistas vão querer discutir a operação de fusão e a composição accionária, porque isso com certeza esvaziou um dos sócios de forma expressiva", disse o ministro brasileiro, citado pelos jornais brasileiros.
De acordo com a Reuters, um dos pontos que o ministro brasileiro admitiu que seria revisto é a relação de troca na fusão. Os jornais brasileiros têm falado na possibilidade de os accionistas da PT descerem a sua participação na "nova" Oi para 20%, percentagem que o BPI, numa nota de investimento emitida esta terça-feira, 15 de Julho, diz não fazer sentido. Este banco admite que a posição, com a perda dessa aplicação por parte da PT, desça para 24%, mas tal como o Negócios já explicou essa descida pode ser bloqueada pelos accionistas em Portugal.
O governo brasileiro tem afirmado que a questão é de accionistas, nomeadamente os da PT e da Oi, tendo afastado um cenário de intervenção. Só que o Estado brasileiro acaba por ter uma palavra decisiva já que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social), banco de fomento público, é um dos accionistas de referência da Oi.
A Reuters acrescenta que o Ministério das Comunicações brasileiro pediu informações à Oi, ao BNDES e à Anatel.