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Altice oferece 10 mil milhões por filial da Bouygues e pode tirar liderança à Orange

O operador de telecomunicações francês SFR, da Altice, ofereceu 10 mil milhões de euros pela subsidiária de comunicações do grupo francês Bouygues, noticiou este domingo a imprensa francesa. A concretizar-se o negócio, o número de operadoras móveis no país é reduzido de quatro para três e o novo grupo combinado superará a Orange em termos de assinantes.

Drahi Speeds Up Deal for Bouygues Telecom
Negócios 21 de Junho de 2015 às 11:58
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A Altice, liderada por Patrick Drahi, está a oferecer 10 mil milhões de euros pela subsidiária de telecomunicações do grupo francês Bouygues. A proposta está a ser realizada através da companhia Numericable-SFR controlada pela Altice. Em causa está a compra do terceiro maior operador francês de comunicações por telemóvel por parte do grupo que agora controla a Portugal Telecom.

 

De acordo com a imprensa francesa, citada pela Lusa, a Bouygues irá abordar este tema na próxima terça-feira numa reunião do Conselho de Administração, enquanto tenta que a oferta ascenda a 11 mil milhões de euros.

 

Esta oferta sobre a Bouygues Telecom é próxima do valor em bolsa do grupo e é "muito elevada, cerca de 25% mais cara que os oito mil milhões estimados pelos mercados", salientou a Efe, citando o Le Journal du Dimanche.


A absorção da unidade de telefonia eliminaria um dos grandes concorrentes do mercado de telecomunicações francês e, de acordo com o Le Journal du Dimanche, a SFR repartiria a operação entre os diferentes agentes e grupos presentes no sector em França.

 

A SFR terá prometido parte das frequências da Bouygues ao operador móvel de baixo custo Free, enquanto a Orange, líder do mercado francês, ficaria com parte dos trabalhadores da empresa e dos seus clientes móveis.

O The Wall Street Journal avança que a grande vantagem para a Altice é reduzir de quatro para três o número de operadores móveis em França. E, além disso, o novo grupo combinado - a confirmar-se o negócio - será a maior companhia de telecomunicações do país em termos de assinantes, superando a Orange, acrescenta o jornal norte-americano.


O governo francês reagiu negativamente à notícia. "Digo e repito que a consolidação não é hoje desejável para o sector" das telecomunicações, afirmou o ministro da Economia francês, Emmanuel Macron, numa declaração à AFP.

 

O ministro considerou ainda que esta oferta não aparece na altura certa defendendo que as prioridades devem ser "o emprego, o investimento e o fornecimento dos melhores serviços possíveis aos clientes".

 

O negócio terá ainda de passar no crivo das autoridades europeias de defesa da concorrência, sendo provável que, para se concretizar, seja necessário vender activos. 

 

As ofertas anteriores da SFR e da Free rondavam os sete mil milhões de euros.

"As maiores apostas de Drahi, até ao momento, têm sido em França. Há pouco mais de um ano, venceu Martin Bouygues, chairman da Bouygues, numa batalha pela compra da SFR à Vivendi, o que avaliou a empresa em 17 mil milhões de euros. Em inícios deste ano, Drahi mergulhou ainda mais fundo, comprando os 20% da empresa que a Vivendi ainda não tinha vendido", acrescenta o WSJ.

 

Recorde-se que a Altice comprou recentemente a PT Portugal e já tinha adquirido em Portugal a Cabovisão e a Oni.

 

O chairman da Altice tem estado a intensificar nos últimos tempos o seu processo de expansão transfronteiriça e está a procurar alargar o seu "império das telecomunicações" ao mercado das operadoras norte-americanas por cabo, recorda a Bloomberg.

 

No passado dia 20 de Maio, Patrick Drahi já tinha dado um primeiro passo nesse sentido, ao anunciar – confirmando as informações veiculadas na véspera pelo The Wall Street Journal – a compra da empresa norte-americana de serviços por cabo Suddenlink Communications, por 9,1 mil milhões de dólares (8,1 mil milhões de euros).

 

Esta foi, assim, a primeira incursão do multimilionário franco-israelita no mercado dos serviços por cabo nos Estados Unidos.

 

Nos termos do acordo, a Altice fica com 70% da Suddenlink, que é a sétima maior operadora de cabo nos EUA. A empresa de private equity BC Partners e o fundo de pensões canadiano CPP Investment Board – até agora detentores da maioria do capital – ficarão com uma participação de 30% na operadora de cabo norte-americana.  

 

A Suddenlink, sedeada em St. Louis, conta com cerca de 1,5 milhões de clientes residenciais e comerciais em mais de 12 Estados, nomeadamente no Texas, Oklahoma, Arkansas, Louisiana, Carolina do Norte e West Virginia.

 

Uma eventual aquisição da Time Warner Cable, que tem mais de 10 milhões de clientes no serviço de vídeo, faria da Altice uma interveniente de peso no mercado de cabo norte-americano, mas tal não aconteceu – já que Drahi não foi o vencedor da proposta de compra que lançou (também em Maio) sobre a empresa, tendo a Charter Communications levado a melhor.

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