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Orange abandona tentativa de comprar a Bouygues e arrasta mercados europeus

O fim das negociações entre as francesas Orange e a Bouygues – que permitiria a consolidação do mercado e pôr termo a uma guerra de preços – está a arrastar as cotadas do sector e a penalizar a Europa. A Altice – dona da PT Portugal - perde 14%.

Bloomberg
04 de Abril de 2016 às 09:43
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Antes mesmo de terminar o prazo limite, caíram por terra as negociações entre a Orange e a Bouygues, que teriam reduzido o número de concorrentes no mercado de telecomunicações francês. A consolidação tinha como objectivo criar um operador de telecomunicações dominante do país e acabar com a guerra de preços que tem vindo a penalizar as margens no sector.

O resultado das negociações está a penalizar as empresas de telecomunicações que, por sua vez, arrastam as praças europeias na sessão desta segunda-feira. A Orange perde 5,49% para 14,55 euros por acção, a Bouygues afunda 14,17% para 30,16 euros, a Numericable mergulha 13,78% para 31,435 euros e a Altice – detentora da PT Portugal – recua 14,60% para 13,105 euros. Com isto o índice europeu do sector, o Stoxx Telecom, cai 1,08%. 

O Stoxx 600, índice que reúne as 600 maiores cotadas europeias, cai 0,11% para 332,80 pontos.

O sucesso das negociações antes do prazo limite de 3 de Abril teria diminuído a pressão sobre a Orange, a maior operadora do mercado, envolvida numa guerra de preços com a Bouygues desde que a Iliad, liderada por Xavier Niel, introduziu um serviço "low cost" de internet sem fios em França, explica a Bloomberg.

Com o falhanço das negociações, o mercado permanece dividido entre quatro operadoras.

Stephane Richard, CEO da Orange, antecipando o impacto de serviços de baixo custo na sua empresa, encontrou-se em privado com o CEO da Bouygues, Martin Bouygues, com o objectivo de unir os dois negócios como resposta à entrada disruptiva de rivais no sector. Este encontro tem quatro anos e, à época, a hipótese foi descartada por Bouygues.

Depois de uma segunda tentativa falhada em 2014, os dois responsáveis revisitaram os seus planos em 2015, tendo-se encontrado em Novembro – duas semanas depois dos atentados de 13 de Novembro em Paris - para discutir a proposta, revela a Bloomberg, citando fontes próximas deste processo negocial. Entre os dois foi encontrado terreno comum e as negociações começaram formalmente no mês seguinte, tornando-se públicas a 7 de Dezembro. As partes acabaram por confirmar que decorriam conversações no mês seguinte.

No entanto, um desfecho positivo já se antevia difícil, com o responsável financeiro da Orange, Ramon Fernandez, a antecipar que ainda demoraria algumas semanas para alcançar um acordo que beneficiasse todos os envolvidos.

O objectivo era selar o negócio em Fevereiro, altura em que a Orange deveria apresentar resultados. Face à ausência de progressos nas negociações, as duas partes acordaram uma nova data limite para o final de Março.

O último esforço – sem sucesso – foi feito na semana passada, tendo como limite este fim-de-semana. Mas, antes mesmo do fim do prazo, a Orange e a Bouygues cerraram as conversações, tendo os investidores sido informados da decisão na sexta-feira após o encerramento dos mercados.

 

 

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