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Robôs podem substituir 250 mil funcionários públicos no Reino Unido

A conclusão é de um relatório do Reform, um "thinktank" britânico, que defende que os serviços públicos poderiam poupar e apresentar melhores serviços com a incorporação de novas tecnologias. O reverso da medalha é o impacto no emprego.

O robot humanóide “Pepper”, desenvolvido pelo SoftBank Group, é retirado da sua caixa nos escritórios da Orange Arch Inc. em Tóquio.
Bloomberg
06 de Fevereiro de 2017 às 12:41
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E se, da próxima vez que tivesse de ser medicado num hospital, fosse um robô - e não uma enfermeira - a entregar-lhe a medicação e a recolher informação sobre os seus parâmetros vitais? O cenário parece de ficção científica e distante no tempo mas não estará tão longe de ser real.

 

Pelo menos é o que defende um "think tank" britânico, que estima que robôs e computadores possam substituir quase 250 mil empregos no sector público ao longo dos próximos 15 anos.

 

O uso de websites e de dispositivos de inteligência artificial (como os "chatbots", programas que simulam conversações com os clientes) deverá, de acordo com o Reform, melhorar a eficiência dos serviços públicos e poupar milhares de milhões de libras.

 

Denominado "Work in Progress", o relatório estima que 248.860 empregos venham a tornar-se "redundantes" dada a possível substituição por meios tecnológicos. Uma solução que pode soar apetecível para o controlo das contas públicas quando metade dos gastos públicos britânicos com serviços do Estado decorrem de despesas com trabalhadores, mas que deixaria potencialmente sem emprego milhares de pessoas.

 

Em meados do ano passado o Estado britânico empregava 5,3 milhões de pessoas, com saúde, educação e governo central a serem os maiores empregadores e com gastos superiores a 90 mil milhões de libras (104,5 mil milhões de euros à cotação actual).

 

O Reform estima que o uso de tecnologia possa dispensar 132 mil trabalhadores administrativos dos serviços centrais até 2030 - quase 90% do total - e resultar em poupanças de 2.600 milhões de libras por ano (3.000 milhões de euros). Na saúde, poderiam ser subtraídos mais de 110 mil postos de trabalho administrativos e em posições de recepção, poupando 1.700 milhões de libras (1.970 milhões de euros).

 

Quase um terço das funções desempenhadas por enfermeiros poderia, segundo o documento, ser confiado a aplicações informáticas, como a recolha de informação e a entrega de medicação. E parte do trabalho dos próprios médicos poderia ser entregue à tecnologia, refere a Sky News, nomeadamente na detecção de cancros e na realização de pequenas cirurgias.

 

"Uma evolução tão rápida no uso da tecnologia pode parecer controversa e qualquer perda de empregos deve ser gerida cuidadosamente. Mas o resultado será termos serviços públicos melhores, mais seguros, inteligentes e comportáveis," afirma um dos autores do relatório, Alexander Hitchcock.

 

O relatório - que defende que os serviços públicos devem adoptar políticas de emprego baseadas em vínculos temporários cuja duração seja adequada às necessidades - resulta de entrevistas com 17 peritos de áreas como a saúde, universidades, governo e indústria.

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