Seis investigadores de países europeus + uma empresa de software = a tecnologia que simula a criatividade humana?

É essa ideia.

Neste grupo de investigadores incluem-se especialistas da Universidade de Coimbra que, em comunicado, explica que foi criado um consórcio entre estes actores "para desenvolver uma tecnologia vanguardista de apoio às indústrias criativas, através da simulação da criatividade humana nos computadores".

O projecto chama-se ConCreTe - Concept Creation Technology (tecnologia para a criação de conceitos), foi financiado em três milhões de euros pela União Europeia e é coordenado pela universidade londrina Queen Mary University of London.

Amílcar Cardoso (na foto), coordenador da equipa da Universidade de Coimbra avança, em comunicado divulgado esta quarta-feira, que os cientistas estão a desenvolver software que possa ter em conta o desempenho dos humanos ao nível criativo. Para isso, a base são modelos cognitivos humanos.

"Estamos a construir um sistema de grande complexidade que, entre outras fases, pretende simular os mecanismos da consciência humana com vista a ter no final uma tecnologia apta a interagir com o mundo externo". O objectivo é também que estes sistemas tenham capacidade "por exemplo, de pesquisar e ler na internet, de consultar bases de dados, de arriscar caminhos improváveis e de produzir conteúdos que nunca nos passaria pela cabeça". "É também importante que este sistema tenha sentido autocrítico", diz o investigador no comunicado enviado às redacções.

Para já, e com base nos mecanismos da mente humana, o ConCreTe tem já dois protótipos de mistura de ideias e invenção de conceitos.

Esta pesquisa de "exploração do potencial criativo dos recursos computacionais para a sociedade pretende contribuir para um salto qualitativo na área da criatividade computacional", acrescenta Amílcar Cardoso.