Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Provocadora ou mecânica? Gigantes da tecnologia divididos sobre assistentes virtuais

Siri, Cortana, M, qualquer pessoa com um smartphone pode, teoricamente, ter ao seu dispor um assistente virtual. À medida que as empresas de tecnologia investem em inteligência artificial, aumentam as dúvidas quanto ao tipo de interacção que deve existir entre humanos e máquinas.

Bloomberg
24 de Novembro de 2015 às 19:00
  • ...

À medida que as gigantes de tecnologia competem para criar plataformas de inteligência artificial cada vez melhores, aumenta o escrutínio quanto às nuances de personalidade das suas assistentes virtuais e sobre que tipo de interacção devem ter com humanos, escreve esta terça-feira, 24 de Novembro, a Reuters.

Quando se pergunta à Siri, assistente virtual da Apple, o que ela desejaria beber, é rápida na resposta: "eu tenho sede de conhecimento", diz. A sua concorrente da Microsoft, a Cortana, opta por um "Martini muito, muito seco". Já a M, assistente virtual do Facebook, foge à questão e diz: "não tenho qualquer opinião sobre isso. Qual é a tua bebida favorita?".

Para os utilizadores, os assistentes virtuais são uma porta para poderosas ferramentas de inteligência artificial, algo que os programadores esperam que possa vir a influenciar a tomada de decisão sobre o que comprar e como passar os tempos livres.

As empresas de tecnologia conseguem cativar mais os consumidores, à medida que as assistentes virtuais acumulam dados sobre os hábitos, interesses e preferências dos utilizadores. Informações essas que depois podem ser usadas, por exemplo, para potenciar a publicidade direccionada.

Todavia, as empresas estão divididas quanto à melhor forma de criar uma ligação com os utilizadores. A Siri e a Cortana optam por ofensivas de charme, ambas são rápidas a fazer piadas, por exemplo. As suas personas bastante elaboradas estão criadas para garantir que os utilizadores voltam ao assistente.

Já o assistente M do Facebook não tem um género definido, voz ou personalidade. A sua construção assemelha-se à da assistente do Google, escreve a Reuters.

Ainda que cativantes, as assistente digitais com "personalidade" correm o risco de alienar utilizadores ou induzi-los em erro quanto ao real propósito do software: conduzir tarefas simples.

"Queremos que a M seja realmente aberta e capaz de fazer qualquer coisa – um papel em branco – e ver como as pessoas usam" essa ferramenta, disse Alex Lebrun, executivo do Facebook que lidera a equipa responsável pelo assistente virtual da empresa de Mark Zuckerberg, numa entrevista à Reuters.

Uma investigação conduzida por Clifford Nass, professor da Universidade de Stanford falecido em 2013 e especialista na interacção entre humanos e computadores, mostra que os utilizadores consideram mais cativante a inteligência artificial que se assemelha ao comportamento humano, ainda que, por outro lado, fiquem mais desapontados quando o sistema não está à altura das suas expectativas, o que aumenta os riscos para as empresas que optem seguir por esta via.

Por outro lado, o que cativa um utilizador pode aborrecer outro – um risco que tanto o Facebook como o Google decidiram evitar ou minimizar.

Ver comentários
Saber mais Siri Apple Microsoft Facebook Clifford Nass Google ciência e tecnologia Siri Cortana AI Inteligênia artificial
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio