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Trump vê demasiado poder na fusão entre a Time Warner e AT&T

O presidente eleito dos Estados Unidos da América, que toma posse daqui a duas semanas, mantém-se contrário ao negócio de 80 mil milhões de euros entre a maior fornecedora de televisão paga e internet do país e a uma das maiores criadoras de conteúdos televisivos.

Reuters
Negócios 06 de Janeiro de 2017 às 20:30
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Numa semana em que conseguiu mudar a localização de uma fábrica da construtora automóvel Ford, do México para os EUA, e que tentou fazer o mesmo com a nipónica Toyota, Donald Trump fez saber, indirectamente, que ainda se mantém contra a fusão entre a operadora AT&T e a produtora Time Warner, negócio que tanto criticou durante a campanha eleitoral. 

De acordo com a Bloomberg, que cita "fonte próxima do presidente-eleito" dos EUA – que toma posse a 20 de Janeiro – Donald Trump continua a opor-se à fusão entre a AT&T Inc., e a Time Warner Inc., porque acredita que poderia "concentrar demasiado poder na indústria de media".  Segundo a agência noticiosa norte-americana, Donald Trump defendeu recentemente "a um amigo" que continua a acreditar que a fusão, avaliada em 85,4 mil milhões de dólares (81,04 mil milhões de euros ao câmbio desta sexta-feira, 6 de Janeiro), é um "mau negócio", afirmou a fonte da Bloomberg, que solicitou não ser citada "porque a conversa era privada".

A Bloomberg relembrou, na  sexta-feira, que o conselheiro estratégico de Trump, Steve Bannon, também se opõe ao negócio. Contactada Hope Hicks, uma porta-voz de Donald Trump, pela Bloomberg, a agência não obteve comentários adicionais sobre o negócio.

Na campanha eleitoral para as eleições presidenciais dos EUA, que culminaram na vitória do candidato republicano no início de Novembro passado, Donald Trump criticou o negócio que permitirá à maior fornecedora de internet e televisão paga dos EUA unir-se a um dos maiores produtores de programação televisiva do mundo.

Ainda assim, à conta do mercado considerar uma vitória republicana nas presidenciais mais "favorável" ao negócio, as acções da Time Warner progrediram 10% desde as eleições dos EUA. 

Tudo é "negociável"

Em reacção, o analista Paul Gallant, da Cowen & Co., defendeu em relatório ao mercado, citado pela agência noticiosa, que a oposição de Donald Trump à fusão entre a At&T e a Time Warner é "ligeiramente negativa" para ambas, mas considerou que "tudo é negociável" com o futuro presidente dos EUA.

Num estudo realizado para a Bloomberg, os analistas de litigância comercial Jennifer Rie e Matthew Schettenhelm defenderam que a oposição de Trump "poderá complicar ou demorar o processo regulatório" de leitura do negócio, "mas não determina o seu resultado". "Somente um juiz federal poderá impedir a conclusão" do negócio, defenderam. E, para isso, "o juiz terá de estar convencido dos danos potenciais do negócio", baseado em "factos e análises económicas demonstradas em tribunal".

Mais depressa as duvidas poderão vir da Comissão Federal das Comunicações (FCC, na sigla norte-americana), escreveram. E, sobre isto, as duas companhias já vieram dizer, na sexta-feira, que embora seja matéria passível de mudança, prevêem actualmente que a Time Warner "não necessitará de transferir nenhuma das suas licenças da FCC à AT&T de forma a continuar as suas actividades depois do fecho da transacção".

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