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Operadoras alertam que é "urgente" regulação nos conteúdos

Os líderes das operadoras portuguesas adiantam que a compra de conteúdos não acaba no futebol. Por isso, consideram que é urgente haver regulação sobre este tema.

Miguel Baltazar/Negócios
02 de Novembro de 2016 às 19:40
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A proposta do novo quadro regulamentar das comunicações europeias não inclui a regulação dos conteúdos. O que preocupa as operadoras, tendo em conta algumas recentes movimentações de compras nesta área, como  da Time Warner pela AT&T.

 

Em Portugal, até ao momento, o jogo da aquisição de conteúdos pelas operadoras tem sido feito só no campo de futebol. Mas os líderes das empresas de telecomunicações alertam que pode não ficar por aqui. Por isso, consideram que é urgente haver regulação sobre o tema a nível europeu.

 

"Acho que era importante haver uma clarificação. É difícil gerir um negócio sem se saber para onde é que vai a lei e a fiscalização", disse Miguel Almeida, CEO da Nos, durante a conferência anual da Anacom.

 

"Não podemos andar a brincar com a vida das pessoas, com o emprego das pessoas e com os accionistas. Acho perigoso não haver doutrina sobre a matéria", acrescentou. "No primeiro momento em que um grande operador fizer um movimento relevante nesta área vamos perceber onde está a matriz europeia. Mas esta imprevisibilidade preocupa-me", sublinhou.

 

Uma opinião também partilhada pelo presidente executivo da Vodafone: "A Europa tem de olhar para o tema. É urgente", disse Mário Vaz.

 

Até porque,  como explicou Miguel Almeida, "os conteúdos não acabam no  futebol. Há mais. E é importante perceber a perspectiva regulatória".

 

À margem da conferência, o CEO da Nos explicou que não está  em cima da mesa uma nova compra. O que está em causa é a falta de regulação, caso haja interesse em alguma compra. E deu um "exemplo hipotético": "Se um operador quiser comprar um canal em sinal aberto. Pode?". Não é claro", sustentou.

 

Já Miguel Veiga Martins, CEO da Nowo, aproveitou para dar o exemplo do que aconteceu em Portugal "com a correria aos conteúdos desportivos". "O sector das telecomunicações foi prejudicado. A quantidade de dinheiro que foi transferida para os clubes dava para fazer investimento em redes".

 

"A AdC tem de ser mais diligente relativamente a este tema. Poderia ter evitado esta situação", acrescentou o líder da ex-Cabovisão. "Hoje são os conteúdos desportivos, mas amanhã quem sabe? [o tema] tem uma influência grande".

 

Sobre a investigação da AdC aos contratos com os clubes de futebol, Miguel Almeida mostrou-se céptico a uma eventual intervenção: "não sei se vai haver alguma intervenção, penso que não. A AdC solicitou-nos o contrato com o Benfica em Dezembro de 2015. Se o meu telefone não me engana, estamos a 2 de Novembro de 2016. O que é que de concreto saiu dali? Nada. Que eu saiba não abriu nenhum processo. Não nos disseram nada. A minha perspectiva é que se num ano não aconteceu nada, seria estranho que agora viesse a acontecer alguma coisa. Mas nunca se sabe".

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