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Nikkei promete respeitar independência editorial do Financial Times

“O FT vai continuar a ser o FT. Quanto mais forte o FT, melhor para a Nikkei”. As palavras são de Naotoshi Okada, CEO da Nikkei, empresa que adquiriu o jornal económico de referência por 844 milhões de libras, cerca de 1,2 mil milhões de euros.

Bloomberg
24 de Julho de 2015 às 15:41
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Escreve o Financial Times (FT) que a liderança da Nikkei, garantiu esta sexta-feira, 24 de Julho, numa conferência de imprensa dada em Tóquio na sequência da compra da publicação, que a independência editorial do jornal será respeitada."Vamos ser claros, a independência editorial será mantida", escreve o Financial Times, citando a equipa de liderança da empresa japonesa.

"A filosofia e valores do FT são exactamente iguais aos nossos", reforçou o chairman da Nikkei Tsuneo Kita (na foto à direita), citado pela publicação económica britânica.

Na mesma linha de raciocínio, John Ridding, CEO do Financial Times, disse esta quinta-feira, 23 de Julho, após o anúncio da venda da publicação, que na Nikkei se encontrou "um parceiro com o mesmo compromisso com a independência e integridade editorial".

O grupo de media japonês garantiu que vai fazer os investimentos necessários para fortalecer a publicação sediada em Londres. A sua intenção é tornar o FT "muito mais forte" e "não comprometer o valor da sua marca", escreve o Financial Times, salientando o voto de confiança da empresa na actual gestão do jornal. 

"Confiamos na actual equipa de gestão e editores do FT", disse Naotoshi Okada, CEO da Nikkei (na foto à esquerda). "Quanto mais forte o FT, melhor para a Nikkei", explicou o executivo, citado pela Nikkei Asian Review.

Osaka reforçou que "a rede e a reputação da Nikkei na Ásia é já uma das melhores no sector" e que "adquirir o FT vai permitir providenciar ainda maior qualidade na cobertura jornalística internacional".

A Nikkei está a expandir a sua operação na Ásia, em resposta ao recuo no mercado japonês, escreve a Nikkei Asian Review. "Estamos certos que o FT é o melhor parceiro para nos tornarmos globais", disse Tsuneo Kita, citado pela publicação japonesa.

Okada acredita que esta parceria, aliada aos activos da Nikkei, "vai permitir acelerar o negócio na Ásia. Ao juntar esforços com o Financial Times neste tempo de competição global, estamos muito confiantes que podemos tornar-nos numa mas mais poderosas empresas de media globais no mundo".

A ideia da Nikkei "não é fundir" o FT com nenhuma publicação da empresa, garantiu a liderança da Nikkei, segundo o próprio Financial Times. "Vamos cooperar onde podemos e vamos respeitar a cultura um do outro. Se surgirem problemas, vamos conversar e resolver".

Tsuneo Kita, chairman da Nikkei, adiantou alguns detalhes sobre as negociações: estas começaram "há cinco semanas" e ele e a sua equipa chegaram a encontrar-se pessoalmente com John Fallon, CEO da Pearson, em Londres.

Este negócio inclui o jornal Financial Times, o site FT.com e títulos como The Banker e o Investors Chronicle. Ficam de fora as propriedades do grupo em One Southwark Bridge, Londres, e os 50% que a Pearson detém na publicação The Economist.

Segundo o Financial Times, a oferta do grupo japonês Nikkei foi superior à do rival alemão Alex Springer, que esteve também em conversações com a Pearson nas semanas recentes.

Nesta transacção a Evercore, a Goldman Sachs e a JPMorgan Cazenove prestaram serviços de consultoria à Pearson, enquanto o grupo Rothschild foi o consultor da Nikkei no negócio.

Actualmente, o Financial Times tem uma equipa editorial de 500 jornalistas, em mais de 50 localizações em todo o mundo. O jornal foi publicado pela primeira vez em 1888 e comprado pela Pearson em 1957.

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