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Petróleo e ações europeias recuperam o fôlego de olhos postos na Fed. Juros agravam-se na Zona Euro
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quinta-feira.
Ações europeias recuperam o fôlego de olhos postos na Fed
Depois de a vitória de Trump nas eleições norte-americanas ter derrubado as ações europeias, os mercados do Velho Continente parecem ganhar esta quinta-feira algum fôlego, numa altura em que os investidores viram as suas atenções para a reunião da Reserva Federal norte-americana, com a expetativa de um novo corte de juros.
O índice de referência da Europa, Stoxx 600, soma 0,62%, com os setores mineiro (3,54%) e da teconlógia (2,26%) a registarem os melhores desempenhos. Por outro lado, telecom (- 0,69%), media (0,52%) e saúde (0,51%) são os que mais caem.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 1,7%, o francês CAC-40 valorizou 0,76%, o italiano FTSEMIB avançou 0,12% e o espanhol IBEX 35 pulou 0,65%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,36%.
O britânico FTSE 100 esteve em contraciclo, caindo 0,32%, depois de o Banco de Inglaterra ter cortado as taxas de juro em 25 pontos base.
Juros agravam-se na Zona Euro, enquanto "gilts" aliviam depois do BoE
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravaram-se esta quinta-feira, com o destaque do dia a ir para a Alemanha, que enfrenta uma onda de incerteza política depois de o chanceler, Olaf Scholz, ter anunciado a demissão do ministro das Finanças. O mercado prevê, com isto, um cenário de eleições antecipadas.
Os juros das "bunds" alemãs a dez anos, referência para o bloco europeu, responderam em conformidade e agravaram-se em 4 pontos base, para 2,443%.
A rendibilidade das dívidas portuguesas e espanhola subiram ambas 2,7 pontos base, para 2,924% e 3,173%, respetivamente. Já a "yield" das obrigações soberanas francesas avançou 2,8 pontos base para 3,199%.
Em contraciclo, a "yield" da dívida italiana recuou 0,1 pontos base para 3,728%.
Já fora da Zona Euro, as "gilts" britânicas aliviaram em 6,4 pontos base para 4,495%, isto depois de o Banco de Inglaterra ter cortado, pela segunda vez no ano, as taxas de juro no país em 25 pontos base. Mas, deixou um aviso: o novo orçamento trabalhista pode levar a um aumento da inflação em meio ponto percentual.
Petróleo recupera… mas pouco
Os preços do petróleo seguem em ligeira alta, a recuperarem da queda dos últimos dias e de grande parte da sessão de hoje, numa altura em que os investidores estão a digerir os resultados das eleições presidenciais nos EUA.
O dólar mais forte e uma diminuição das importações da China estavam a pesar mais no sentimento dos investidores do que os riscos para a oferta trazidos pela Administração Trump e do que os cortes de produção decorrentes do furacão Rafael, mas entretanto a tendência inverteu, se bem que a valorização do "ouro negro" esteja a ser pouco expressiva.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, avança 0,03% para 71,71 dólares por barril.
Já o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, soma 0,05% para 74,96 dólares.
O dólar está em máximos de quatro meses, o que retira alguma atratividade ao petróleo, dado que a matéria-prima é denominada na nota verde, ficando por isso mais cara para quem negoceia com outras moedas.
Libra em alta após corte de juros no Reino Unido. Dólar recua antes da Fed
Depois de ontem ter escalada para máximos de quatro meses, o dólar está a perder terreno horas antes da decisão da Reserva Federal (Fed), anunciada ao fim do dia. As probabilidades de um corte de 25 pontos base estão praticamente a 100%.
Os investidores vão procurar nas palavras do presidente da Fed, Jerome Powell, que falará na conferência de imprensa que se segue à reunião, pistas sobre as próximas decisões do banco central. No entanto, os analistas preveem que Powell mantenha as opções em aberto e reitere que Fed continua dependente de dados, dada a incerteza sobre o desenvolvimento do país debaixo de ordens do novo presidente.
O dólar cede 0,61% para 0,9263 euros. Já o índice da Bloomberg do dólar, que mede a força da divisa face às principais concorrentes - recua 0,71% para 104,341 pontos.
Destaque ainda para a libra, que sobe 0,84% para 1,3 dólares e avança 0,22% para 1,2 euros, depois de o Banco de Inglaterra ter cortado as taxas de juro em 25 pontos base. Ainda assim, a instituição afirmou que esperava uma maior recuperação da inflação e do crescimento económico do que o registado.
Expectativa de corte pela Fed eleva preço do ouro
O ouro está a beneficiar da expectativa de um corte de juros esta quinta-feira pela Reserva Federal dos EUA, em 25 pontos base. Em nota, o JPMorgan prevê que o banco liderado por Jerome Powell corte novamente os juros na reunião de dezembro.
O metal amarelo sobe 1,44% para 2.697,4 dólares por onça, uma quebra após ontem ter avançado mais de 3%.
Depois da reeleição de Donald Trump, o mercado prevê menos descidas dos juros diretores do que em meses anteriores, já que as políticas prometidas pelo republicano deverão trazer, por um lado, maior crescimento económico e, por outro, uma subida da inflação.
Com o retorno de Trump ao poder, "quaisquer reduções no futuro podem ser mais difíceis de alcançar. Há preocupações de que preços mais altos e uma inflação mais rígida forcem os bancos centrais a manter a política mais restritiva por mais tempo", escreveu em nota a CMC Markets.
A subida do metal está ainda a ser impulsionada pela correção da nota verde, que ontem atingiu máximos de quatro meses. Um dólar mais fraco tende a beneficiar o ouro, já que fica mais barato.
Wall Street estende ganhos pós-eleições antes da Fed
As bolsas em Wall Street continuam animadas com o sentimento positivo dos investidores no pós-eleições e arrancaram a sessão no verde, no mesmo dia em que a Reserva Federal irá anunciar o segundo corte das taxas de juro, desta vez em 25 pontos base - pelo menos é a crença de praticamente a totalidade do mercado. De fora dos ganhos ficou, no entanto, Wall Street.
Com um corte praticamente garantido, os investidores procuram antes pistas nos comentários do presidente do banco central, Jerome Powell, sobre o caminho futuro da política monetária. É também provável que o número um da Fed responda a questões sobre o regresso de Donald Trump à Casa Branca e o que trará para o crescimento da economia dos EUA e inflação.
"O que será interessante e importante não é tanto o corte, mas a comunicação em torno das decisões de dezembro e do próximo ano", disse James Vokins, da Aviva Investors, à Bloomberg. Para Powell, diz, "será uma situação muito difícil e uma conferência de imprensa muito difícil de gerir. O presidente terá de ter cuidado para não ser demasiado firme em qualquer sentido".
Os analistas estão também a reagir aos números de pedidos por subsídio de desemprego nos EUA, na semana terminada a 1 de novembro, que subiram de forma moderada, abaixo das estimativas apontadas. O relatório traduz-se em mais resiliência do mercado de trabalho.
O S&P 500 sobe mais de 0,35%, para 5.949,63 pontos, enquanto o Nasdaq Composite soma 0,75% para 19.123,83 pontos. Em contraciclo arrancou o industrial Dow Jones, ao recuar ligeiros 0,09% para os 43.690,67 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, a empresa de de comunicação social de Donald Trump, a Trump Media & Technology, está a afundar 14,3%, num movimento de correção depois da escalada dos últimos dias. Nas seis semanas antes da vitória, as ações da rede social saltaram quase 200%.
Destaque ainda para a Warner Bros Discovery que sobe 14,4%, depois de a empresa ter registado uma subida nos lucros no último trimestre, à boleia da procura pelo serviço de streaming dos Jogos Olímpicos.
A Ralph Lauren sobe 6,9% depois de subir a previsão de lucro anual na apresentação de contas do trimestre.
No setor farmacêutico, a Moderna ganha 4% após divulgar lucro de 13 milhões de dólares, à boleia do aumento de vendas das vacina da covid-19 da época.
Europa pinta-se de verde com ímpeto das ações tecnológicas e mineiras
As bolsas europeias estão a corrigir das quedas registadas na quarta-feira, no rescaldo da vitória de Trump nas eleições norte-americanas. A dar ímpeto às principais praças europeias estão as ações tecnológicas e mineiras, num dia marcado por decisões de política monetária por parte de vários bancos centrais do mundo – com destaque para a Reserva Federal (Fed) dos EUA e para o Banco de Inglaterra.
O "benchmark" para a negociação europeia, o Stoxx 600, avança 0,6% para 509,82 pontos, com quase todos os setores que compõem este índice no verde. O otimismo que se vive, a esta hora, na Europa justifica-se ainda por uma série de bons resultados trimestrais.
A luxemburguesa ArcelorMittal avança 4,84% para 24,25 euros, depois de a segunda maior produtora de aço do mundo ter apresentado contas ao mercado esta quinta-feira. O EBITDA da empresa acabou por cair menos do que o esperado pelos analistas, registando uma quebra de 15% para 1,58 mil milhões de dólares no terceiro trimestre – a expectativa era de apenas 1,49 mil milhões.
O setor bancário também está a negociar em alta esta manhã, depois do italiano Banco BPM ter chegado a crescer quase 10% em reação aos planos da instituição financeira de lançar uma oferta para o controlo total da gestora de ativos Anima Holding. O negócio pode alcançar os 1,6 mil milhões de euros e está a fazer com que as ações da Anima cresçam perto dos 10%.
Entre as principais praças europeias, o claro destaque vai para Frankfurt. O DAX, principal índice alemão, avança 1,26% e parece estar a ignorar o cenário tumultuoso que se avizinha para a política do país, numa altura em que a coligação tripartidária que forma o Governo alemão se encontra em risco após o chanceler Olaf Scholz ter anunciado que iria demitir o seu ministro das Finanças.
"Tem havido uma grande desconexão entre a economia alemã e o mercado acionista. A composição do índice mudou nos últimos tempos, há mais tecnologia e isso tornou-o mais resistente e menos dependente da economia nacional", como explicam os analista do BNP Paribas, numa nota consultada pela Reuters.
Por sua vez, o francês CAC-40 valoriza 0,61%, o holandês AEX regista um acréscimo de 0,35%, enquanto o britânico FTSE 100 sobe 0,12% e o italiano FTSEMIB avança 1,17%. Já o espanhol IBEX 35 salta 0,53%.
Incerteza política na Alemanha faz "yields" da Zona Euro dispararem
Os juros da dívida soberana da Zona Euro estão a agravar-se esta quinta-feira, numa altura em que a incerteza política na Alemanha domina as atenções dos investidores. A coligação tripartidária que forma o Governo alemão está em risco após o chanceler Olaf Scholz ter anunciado que iria demitir o seu ministro das Finanças. O líder do executivo vai submeter-se a uma moção de confiança a 15 de janeiro.
Os juros das "bunds" alemãs, com maturidade a dez anos e de referência para a região, crescem 5,5 pontos base para 2,457% e registam a maior subida entre os pares do bloco da moeda única. Por sua vez, as "yields" das obrigações soberanas francesas avançam 4,8 pontos para 3,218%.
Por cá, os juros da dívida portuguesa a dez anos registam uma subida de 4,5 pontos base para 2,942%, enquanto a rendibilidade da dívida espanhola agrava-se em 4,9 pontos base para 3,196%. Em Itália, as "yields" aumentam 4,2 pontos base para 3,771%.
Fora do bloco europeu, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, contrariam a tendência de subida e recuam 2,2 pontos base, para 4,537%, num dia em que o Banco de Inglaterra deve coltar a cortar nas taxas de juro.
Dólar corrige após atingir máximos de quatro meses. Bancos centrais dominam atenções
O dólar encontra-se em movimento de correção esta manhã, depois de ter atingido máximos de quatro meses no rescaldo das eleições norte-americanas. Com a Reserva Federal (Fed) norte-americana e o Banco de Inglaterra a reunirem esta quinta-feira, os investidores antecipam alguma volatilidade na negociação no mercado cambial.
O banco central dos EUA deve avançar com um corte de 25 pontos base nas taxas de juro – um cenário já incorporado na totalidade por parte do mercado. Daí a atenção dos "traders" virar-se para o discurso do presidente da Fed, Jerome Powell. Os mercados querem perceber se, com Trump no horizonte, a autoridade monetária vai ter de pôr o pé no travão já na próxima reunião, marcada para dezembro.
O índice do dólar recua, assim, 0.,28% para 104,79 pontos, afastando-se do máximos de quatro meses que atingiu na quarta-feira. O euro avança 0,28% para 1,0759 dólares, enquanto a libra recupera 0,25% para 1,2911 dólares.
A movimentação no mercado cambial britânico acontece numa altura em que o Banco de Inglaterra se prepara para cortar novamente nas taxas de juro. No entanto, o caminho para o banco central advinha-se tumultuoso, uma vez que o orçamento apresentado na semana passada pelo governo de Keir Starmer prevê um grande aumento de impostos e despesa pública – o que os economistas preveem que possa levar a um crescimento da inflação.
Já no mercado cambial chinês, o renminbi caiu esta quinta-feira para o valor mais baixo desde o início de agosto face ao dólar norte-americano. Este forte movimento não se deve tanto à fraqueza da divisa chinesa, mas à forte subida do dólar, que reflete os efeitos de uma segunda presidência de Trump, que prometeu baixar os impostos e subir as taxas sobre as importações: no caso da China, até 60%.
Ouro inalterado à procura de novos catalisadores
Com o dólar em movimento de correção, os preços do ouro voltaram a crescer esta madrugada, depois de terem atingido mínimos de mais de três semanas no rescaldo da eleição de Trump como Presidente dos EUA.
O metal amarelo chegou a avançar 0,3% esta manhã para 2.665,86 dólares por onça, mas entretanto reduziu os ganhos e encontra-se, agora, inalterado em relação ao fecho da sessão de quarta-feira.
O ouro continua à procura de novos catalisadores, agora que a incerteza política nos EUA terminou, com Trump a assegurar mais do que os 270 votos no Colégio Eleitoral necessários para ser eleito Presidente. Com o republicano no poder, espera-se que o caminho para a Reserva Federal (Fed) norte-americana continuar a cortar nos juros seja tumultuoso, o que pode representar más notícias para o ouro no curto prazo.
No entanto, o previsível aumento do défice orçamental dos EUA e uma redução da carga fiscal podem vir a dar ímpeto ao metal precioso, que serve de cobertura para os investidores em tempos de incerteza económica, como explica à Reuters Kelvin Wong, analista da OANDA.
A travar um maior crescimento dos preços do ouro está ainda a decisão do banco central chinês em suspender a compra deste metal precioso pelo sexto mês consecutivo, de acordo com dados oficiais lançados esta quinta-feira.
Petróleo estável após vitória de Trump
Tal como na sessão de quarta-feira, os preços do petróleo estão a negociar entre ganhos e perdas, numa altura em que o dólar encontra-se em movimento de correção após ter disparado com o impulso da chegada de Trump ao poder.
A esta hora, o WTI – de referência para os EUA – perde 0,04% para 71,66 dólares, enquanto o Brent, que serve de "benchmark" para a Europa, avança 0,09% para 74,99 dólares.
A vitória do candidato republicano à presidência dos EUA levou o dólar a registar a maior subida diária desde setembro de 2022. O crescimento da divisa norte-americana pesa sobre os preços das matérias-primas, uma vez que as mesmas são negociadas nesta moeda no mercado internacional.
Com Trump no poder, os mercados esperam políticas ambientais e energéticas bastante distintas da anterior administração de Biden, que vão ter claros impactos na produção de petróleo e de energia eólica "offshore".
"Existem várias forças em oposição", disse Warren Patterson, da ING Groep NV, à Bloomberg. "Se por um lado mais otimista, tem-se o potencial de uma aplicação mais rigorosa das sanções contra o Irão e um maior crescimento do PIB nos EUA em 2025. Por outro, a força do dólar e as perspetivas de um aumento do arrendamento de petróleo e gás em terras federais são mais pessimistas", explicou.
Ásia em alta com estímulos económicos chineses em foco. Europa aponta para o verde
Depois de o S&P 500 ter respondido à eleição de Donald Trump como o 47.º Presidente dos EUA com máximos históricos e o melhor dia pós-eleitoral da história, também as bolsas asiáticas encerraram em território positivo.
As ações chinesas foram o grande destaque da sessão com os investidores otimistas que Pequim vai continuar a dar apoio à economia através de uma série de estímulos, numa altura em que os mais recentes dados económicos retiram algumas preocupações de cima da mesa - as exportações da China em outubro registaram o maior aumento em dois anos.
Em Hong Kong, o Hang Seng até arrancou a sessão no vermelho, pressionado pela chegada de Trump ao poder, mas a perspetiva de novos estímulos rapidamente levou um dos principais índices chineses a reverter as perdas e terminar a valorizar 1,5%. Já o Shanghai Composite acelerou 2,3%, numa sessão que também foi extremamente positiva para o CSI 300 – o "benchmark" da negociação da China continental.
"As esperanças estão a aumentar em relação à China e a um possível pacote fiscal substancial nos próximos dias, dando uma injeção de adrenalina à sua economia enfraquecida", Frederic Neumann, economista-chefe para a Ásia da HSBC Holdings Plc, à Bloomberg.
Pelo Japão, o Nikkei 225 foi o único principal índice asiático a encerrar no vermelho, perdendo 0,43% do seu valor, enquanto o Topix cresceu 0,95%. As ações nipónicas valorizaram de forma expressiva esta quarta-feira, em reação à chegada de Trump à Casa Branca.
As atenções de hoje vão estar viradas para a reunião da Reserva Federal (Fed) norte-americana, onde se espera que o banco central corte as taxas de juro em 25 pontos. Os investidores vão focar-se no discurso do presidente da autoridade monetária, à espera de sinais sobre o rumo da política monetária sob uma presidência Trump.
Pela Europa, a negociação de futuros aponta para uma abertura em alta, com o EuroStoxx 50 a avançar 0,4%.