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FT: Petrolíferas adiam projectos no valor de 370 mil milhões de euros

A queda no preço do crude está a obrigar empresas a congelar planos para novos campos de extracção. Pelo menos 68 empreendimentos ficaram na gaveta, equivalentes a reservas de 27 mil milhões de barris.

Bloomberg
Negócios 14 de Janeiro de 2016 às 10:36
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Desde que começou o colapso do preço do crude, as empresas de energia deixaram na gaveta novos projectos de extracção de petróleo e gás que representariam um investimento global de 400 mil milhões de dólares (369 mil milhões de euros).

O desenvolvimento de 68 grandes projectos, equivalentes a reservas de 27 mil milhões de barris de petróleo, foi adiado, com as petrolíferas a optar por reduzir custos e proteger o pagamento de dividendos, conclui um estudo da consultora especializada em energia Wood Mackenzie, divulgado esta quinta-feira, 14 de Janeiro, pelo Financial Times.

Os números mais recentes mostram que o volume de capital previsto - e entretanto deixado 'em espera' – para projectos a aguardar aprovação quase duplicou desde Junho, de 200 mil milhões de dólares para 380 mil milhões. No total, significariam uma extracção diária de 2,9 milhões de barris, o equivalente à produção do Kuwait.

E não é expectável que sejam retomados antes do início da próxima década. Até porque as sucessivas baixas no valor do brent – que já recuou mais de 70% desde o pico no Verão de 2014, caindo de 115 dólares/barril para perto de 30 dólares e batendo em mínimos de 12 anos – fizeram soar ainda mais os alarmes para reduzir custos.

Adiados ficaram, por exemplo, os projectos da Statoil no Ártico norueguês e da BP no Golfo do México ou a segunda fase do complexo petrolífero Kashagan, no Cazaquistão, promovido por um consórcio internacional.

Nos últimos meses, a lista cresceu um terço, com a média dos projectos a fixar o "break even" da produção numa média de 62 dólares por barril, explica o jornal.

"As empresas cortaram drasticamente os seus orçamentos e os investidores estão a dar preferência às que fizeram reduções severas no capex [investimentos]", concluiu a consultora. "Em resultado, há um número crescente de empreendimentos que requerem investimentos significativos que estão a ser adiados", acrescenta, antecipando que nos próximos meses surgirão mais casos.


"É uma tendência para continuar", acredita Angus Roger, da Wood Mackenzie.

Naquele que define como um "outlook sombrio" para uma "vasta maioria" dos projectos extractivos – muitos dos quais em águas profundas e, por isso, com custos ainda mais elevados – a consultora prevê que apenas alguns deverão avançar este ano.

As expectativas de que o preço do "ouro negro" possa cair ainda mais têm levantado a possibilidade de um terço das petrolíferas norte-americanas virem a falir ou a ter de fazer reestruturações.

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